Depois de oito anos sem novidades, o Metallica dá sinais de atividade com o anúncio de um novo álbum. Ainda sem nome, o décimo disco da banda vem sendo gravado em estúdio próprio, em San Rafael, na Califórnia, sob os cuidados do produtor Greg Fidelman, que assinou a mixagem do último trabalho do grupo, o bem recebido “Death Magnetic” (2008), que retomou as raízes thrash metal do grupo.
Apesar dos indícios de um lançamento ainda este ano, James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo não definiram uma data oficial. Isso porque as sessões de gravação são apenas a primeira parte do processo de produção, que ainda depende do tempo relativo de finalização, mixagem e masterização das faixas, além dos protocolos mercadológicos.
Entretanto, em entrevista à revista Metal Forces, o baterista Lars Ulrich demonstrou otimismo com o andamento da produção do disco. “O mês de junho é basicamente quando vamos sentar e descobrir o que vamos fazer com tudo isso, como vamos chamá-lo e o que vai fazer parte dele. Estamos chegando ao fim do processo musical criativo e começando a antecipar como vamos compartilhar esse disco com o universo”, revela.
Por que tanto tempo?
De acordo com Ulrich, salvo alguma “razão cósmica”, ou imprevisto, o décimo álbum do Metallica deve chegar às prateleiras ainda em 2016, oito anos após o lançamento de “Death Magnetic” (2008). Esse é o maior hiato da carreira da banda, superando o intervalo de seis anos entre os discos “Reload”, de 1997, e “St. Anger”, de 2003, que decepcionaram os fãs com a guinada ao hard rock promovida pelo produtor Bob Rock.
Em entrevista recente à revista americana Rolling Stone, em edição comemorativa dos 30 anos do álbum “Master of Puppets”, Lars Ulrich disse ficar impressionado ao lembrar que levou apenas oito semanas para gravá-lo.
Em compensação, o baterista ressaltou que a banda trabalhou nas composições para o novo disco por pelo menos nove meses. “Hoje em dia nós sentamos e dizemos: ‘essa é uma ótima música’, e então nós a tocamos mais rapidamente, mais devagar, baixamos meio tom, exploramos todas as opções. Há 75 formas diferentes de tocar algo, e você acaba enlouquecendo”.
Outro agravante, apontado pelo guitarrista Kirk Hammett em entrevista à Alternative Press, são os compromissos individuais de cada membro. Hoje em dia, a banda é apenas um dos itens na agenda dos quatro integrantes. “Nós tentamos fazer um álbum e sair em turnê, tentamos ser uma banda, mas todos nós reconhecemos que se alguém tem alguma situação na família, isso é prioridade acima de tudo. Esse é outro motivo pelo qual o álbum está demorando tanto”, justifica.
Em boas mãos
Depois de sofrer algumas baixas da crítica especializada com os álbuns “Load” (1996), “Reload” (1997) e “St. Anger” (2003), produzidos por Bob Rock, o Metallica retomou os ímpetos do thrash metal em “Death Magnetic”, de 2008, em uma acertada reconciliação com o gênero que o consagrou . Agora, com a promessa de continuidade na proposta, a banda recrutou o produtor Greg Fidelman para assinar o novo trabalho.
Conhecido por atuar em diferentes matizes da música, o americano ganhou notoriedade depois de trabalhar com nomes de peso do metal, como Black Sabbath, Slayer e Slipknot.
“Greg Fidelman está 24 horas por dia e 7 dias por semana neste disco. Ele está fazendo um trabalho incrível e colocando seu coração e alma nisso em praticamente todo o tempo de sua vida para nos ajudar com a engenharia de som e a produção deste álbum”, assegura o baterista Lars Ulrich.
Para Kirk Hammett, o papel de Fidelman é levar a proposta da banda para frente, apesar de considerar o termo “produtor” ambíguo. “O Greg é um tipo diferente de produtor, no sentido de que ele sempre está com o engenheiro de som tentando mover o projeto para frente. E isso é diferente de, vamos dizer, o Dr. Dre, que é o tipo de produtor que realmente faz as faixas, produzindo música, fazendo música. No mundo do hip hop, Dre é um produtor. É ambíguo. Se você seguir o termo tradicional, nós estamos fazendo [a produção] com o Greg”, garante.