![Arnaldo Antunes lança “Já É”, seu 1.º disco gravado no Rio com artistas locais | /](https://media.gazetadopovo.com.br/2015/10/914017b3133811f1ba71f482e3b65239-gpLarge.jpg)
Depois da experiência de “Disco”, o álbum anterior que lançou de modo homeopático, soltando uma música por mês na internet, Arnaldo Antunes retorna com “Já É”. De uma vez, 15 novas faixas para os fãs.
A maior novidade não está no repertório, mais uma feliz reunião de letras de inspiração concretista e ritmos variados, mas no processo do álbum, o primeiro que grava no Rio.
Ao ler o encarte do disco, os colaboradores formam um desfile de nomes ilustres. Há um “dream team” de músicos radicados no Rio e uma lista de parceiros pontuais de Arnaldo.
Na primeira turma estão o produtor Kassin e Pedro Sá, Domenico Lancellotti, Davi Moraes, Jacques Morelenbaum e Dadi. Na segunda, Marcelo Jeneci (“o único que levei de São Paulo”) e os Tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown.
O desejo de gravar no Rio com músicos do lugar veio da vontade de renovar a sonoridade dos álbuns, que ele vinha gravando com a mesma formação básica de instrumentistas que também o acompanham ao vivo. Ele mantinha os mesmos colegas de gravação desde “Iê Iê Iê” (2009) e praticamente lançou um disco por ano nas temporadas seguintes.
“Escolhi o Kassin por admirar muito o trabalho dele, mais até como músico antes de pensar no produtor. A versatilidade dele me atraiu, isso de gravar com a Gal ou com o Bochecha e tirar de todos o melhor.”
Dadi e Marisa
A única faixa antiga é “Naturalmente, Naturalmente”, parceria com Dadi e Marisa. As outras foram criadas num período de férias “forçadas” de seis meses. O cantor costumava parar por no máximo um mês. Desta vez, saiu em viagens seguidas com a mulher e parceira Márcia Xavier.
“Fui percebendo que eu componho bastante nas férias. Você tem uma disponibilidade emocional diferente, tem tempo de pegar o violão e se dedicar a isso”, conta.
O período rendeu 25 músicas. “Escolher quais entram é um processo que mistura critérios. Desde apegos pessoais meus, significados que algumas músicas têm só para mim, até uma contextualização, descobrir canções que dialogam tematicamente e combinam.”
O roteiro: Paraty, Nova York, Rishikeshi (Índia), Milão e Roma. Esteve com Marisa e Dadi em Paraty. Lá fizeram “Dança” e “Peraí, Repara”. Em Nova York, compôs “Azul e Prateado”, “Saudade Farta”, “Se Você Nadar” e “O Metereologista”, raro momento rock no CD.
A atmosfera de espiritualidade na Índia contribuiu, entre outras faixas, para a quase mântrica “Aqui Onde Está”.
Uma música que entrou quase do final das gravações tem cara de futuro sucesso: “Óbitos”, uma letra que Péricles Cavalcanti enviou ao cantor depois das viagens.
DISCO
Arnaldo Antunes. Sony Music, R$ 30.
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