No último sábado (16), o maior temor de muitos fãs do AC/DC se confirmou. Através de comunicado no site oficial, a banda anunciou que Axl Rose, vocalista do Guns N’ Roses, vai mesmo assumir o microfone durante os shows restantes da turnê “Rock Or Bust”, no lugar de Brian Johnson, impedido de se apresentar por razões médicas.
Na nota, publicada tanto no site da banda quanto na página oficial do grupo no Facebook, a banda agradece a dedicação de Brian Johnson ao AC/DC através dos anos e diz respeitar sua decisão de se afastar para cuidar de problemas auditivos. Logo em seguida, afirma ainda que estão comprometidos em encerrar a turnê em respeito a todos que apoiaram a banda através dos anos, sentindo-se afortunados por Axl Rose amavelmente ter se oferecido para ajudar a manter os compromissos.
Em sua conta no twitter, Axl se limitou a postar uma mensagem com o raio símbolo do AC/DC, insinuando apenas a sua participação. A estreia do novo frontman deve acontecer no dia 7 de maio, na apresentação agendada no Passeio Maritimo De Alges, em Lisboa. Ao todo são dez apresentações que haviam sido adiadas devido à indefinição de vocalista.
Não é a primeira vez que bandas consagradas precisam recorrer a outros vocalistas para continuar no palco. Relembre alguns outros casos:
Dio no Black Sabbath
A instabilidade natural de Ozzy Osbourne no quesito abuso de drogas e relacionamento com a banda provocou a saída do Madman em 1979, partindo para carreira solo. Depois de testar Dave Walker (Fleetwood Mac) para o posto, o escolhido mesmo foi Ronnie James Dio, que permaneceu até 1982, posteriormente substituído por Ian Gillan (1983), Tony Martin (1987), até a volta do próprio Ozzy em 2011.
Chester Bennington no Stone Temple Pilots
Depois de verdadeiras batalhas jurídicas entre seus membros, o vocalista Scott Weiland já não estava mais em sintonia com a sua banda. Pela segunda vez, em 2013 foi dispensado do posto e quem assumiu foi Chester Bennington, do Linkin Park. Em novembro de 2015 Chester anuncia a saída do grupo. No mês seguinte, após rumores de reconciliação, Weiland morre vitima de overdose enquanto excursionava com sua banda Scott Weiland & the Wildabouts.
Zélia Duncan e os Mutantes
O retorno dos Mutantes era algo muito esperado pelos fãs. Em 2006, um show dedicado à Tropicália, em Londres, parecia abrir essa porta. Vários shows aconteceram na gringa, porém sem a presença de Rita Lee e do baixista Liminha. Aliás, foi a própria Rita que informou à imprensa de que quem a substituiria seria a cantora Zélia Duncan.
Queen e Adam Lambert
Quem, em sã consciência, se atreveria substituir a lenda Freddie Mercury (morto em 1991) nos vocais do Queen? A resposta é Adam Lambert, que viu essa chance surgir durante sua apresentação no programa “American Idol”, em 2009, que contou com a presença do guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor. O supergrupo se apresentou também no MTV Europe Awards, em 2011, precedida da Queen + Adam Lambert Tour 2012 e diversas apresentações em festivais, incluindo o Rock In Rio 2015. O baixista John Deacon não quis se envolver no projeto.
Legião Urbana e... Wagner Moura (?)
Outro icônico vocalista difícil de substituir é Renato Russo. A voz do Legião Urbana partiu em 1996, deixando uma lacuna no rock brasileiro. Disputas judiciais a respeito da propriedade do nome da banda também tornavam uma reunião quase impossível de acontecer. Mas aí veio a MTV e, em 2012, colocou no ar um polêmico tributo a Renato Russo com Wagner Moura – sim, o ator – nos vocais. O moço já havia homenageado a Legião cantando um clássico no filme “Homem do Futuro”, o que talvez tenha motivado a escolha. Claro que não dá pra chamar essas apresentações de “retorno”, mas os dois shows mostraram que os fãs tinham motivos para nutrir a esperança. Atualmente, o baterista Marcelo Bonfá e o guitarrista Dado Villa-Lobos se juntam a André Frateschi (voz), Lucas Vasconcellos (guitarra), Mauro Berman (baixo) e Roberto Pollo (teclado) em um projeto comemorativo pelos 30 anos do lançamento do primeiro disco da banda – disco homônimo, lançado em 1985.
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