O grupo britânico de rock Coldplay faz nesta quinta-feira (7), no estádio Allianz Parque, em São Paulo, seu décimo show no Brasil. Depois volta a se apresentar no domingo (10), no Maracanã.
Em sua quinta vinda ao país, a banda segue em ascensão. A cada visita, os espaços ocupados foram maiores. Depois do primeiro show para 4.000 pessoas na extinta casa de shows paulistana Via Funchal, em 2003, desta vez são duas noites em estádios de futebol, que devem ultrapassar 80 mil espectadores.
“Não sei se isso ainda vai crescer mais”, diz à reportagem, rindo, o cantor e guitarrista Chris Martin, 39. Desde o primeiro álbum, “Parachutes”, de 2000, a banda mantém a mesma formação.
Além de Martin, o Coldplay conta com o guitarrista Jonny Buckland - a dupla que criou a banda em 1996 -, o baixista Guy Berryman e o baterista Will Champion.
O cantor aponta que a escolha de produtores diferentes ajuda os quatro a introduzir novidades em cada álbum, para renovar as ideias. No recente “A Head Full of Dreams”, lançado no ano passado e motivador desta nova turnê, os eleitos foram Rik Simpson e a dupla Stargate.
“Além de gostarmos dos trabalhos deles, nós percebemos, antes mesmo de começar a gravar, que eles têm opiniões fortes, defendem uma maneira de fazer música. Não têm medo de dizer o que pensam. E às vezes, no meio do processo de um disco, a gente precisa de alguém que nos diga a verdade, sempre”, defende o vocalista.
Para ele, o processo recuperou um pouco a alegria dos primeiros trabalhos. “A gente se sentiu garotos outra vez nessas gravações, como no começo. Foi divertido, adolescente, de um jeito que havíamos esquecido.”
Em seus sete discos, o Coldplay sempre emplacou hits. De “Yellow” (2000) à nova “Adventure of a Lifetime”. No começo, foram tratados como sucessores de Oasis e Radiohead no trono do rock alternativo inglês.
Rapidamente, a coisa cresceu e vieram as comparações com o U2. “Mas não somos a maior banda do mundo, nem nunca vamos ser. Ainda bem”, se diverte Martin.
Na última vinda ao Brasil, em 2011, o grupo fechou uma das noites da quarta edição do Rock in Rio. O show fazia parte da turnê do álbum “Mylo Xyloto” e foi, para muitos, o destaque do festival.
Neste ano, a turnê que começa agora inclui shows nos principais festivais, entre eles o maior do mundo, o de Glastonbury, na Inglaterra.
Martin não vê diferença entre apresentar o show habitual e tocar num evento como esse. Ele ri ao achar que vai soar pretensioso na argumentação, mas afirma: “Hoje temos a sorte de fazer nossos shows regulares em lugares do tamanho dos utilizados nos grandes festivais. Quase sempre para plateias tão numerosas. Nos acostumamos. Então o que tentamos é levar às turnês a atmosfera dos festivais, tornar cada show único, especial”.
É dessa forma, “especial”, que ele classifica a apresentação do Coldplay em fevereiro, no intervalo do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano que tem a tradição de mostrar artistas pop no campo e habitualmente alcança a maior audiência da TV aberta nos Estados Unidos a cada ano.
O grupo dividiu o palco com outras duas atrações musicais, Bruno Mars e Beyoncé. E ela foi uma das convidadas do último álbum da banda, com vocais na faixa “Hymn for the Weekend”.
O Coldplay já trabalhou antes com Rihanna, outra diva pop - no hit “Princess of China”, de 2011. Há algum limite que separe o rock e o pop? “Pode ser que exista, mas eu ainda não o encontrei”, responde um tranquilo Martin.
Não há mais ingressos disponíveis para as duas apresentações do Coldplay no Brasil. Estão marcadas para esta quinta (7), em São Paulo, no estádio do Palmeiras, e no domingo (10), no Rio, no Maracanã.
O Coldplay deve subir ao palco nas duas datas no mesmo horário, às 21h. Os shows vão ter abertura de duas cantoras pop.
A partir das 18h, a brasileira Tiê faz o primeiro show. Em seguida, quem entra em cena é Lianne la Havas, jovem nome em ascensão na cena folk britânica.
Para o show em São Paulo, no Allianz Parque, a produção indica ao público usar o metrô, descendo na estação Barra Funda.
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