Participantes do núcleo de ópera durante ensaio no Solar do Barão| Foto: Bruno Matos/Gazeta do Povo

Curitiba vai ganhar ares de Sevilha nesta quarta-feira (26). Isso porque o Núcleo de Ópera Comunitário de Curitiba, que reúne cantores profissionais e amadores, prepara o espetáculo “Uma Noite Com Fígaro”, que vai ganhar o palco da Capela Santa Maria a partir das 20 horas.

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O projeto, viabilizado pela Fundação Cultural de Curitiba, faz parte da série “Cidadão Cantante” e visa aproximar a música erudita da comunidade. O músico e coordenador do projeto, Ivan Moraes, lembra que “a música erudita está mais perto das pessoas do que se imagina, uma vez que a matéria-prima são as emoções e essas são universais. A música precisa ser sentida antes de ser explicada.”

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É com esse estímulo que os 32 participantes do núcleo tomam contato com algumas das obras mais relevantes do repertório operístico mundial. Tendo como ponto de partida a obra “O Barbeiro de Sevilha”, de Gioachino Rossini, de 1816 – que, por sua vez, é baseada na primeira parte da “trilogia de Fígaro”, do dramaturgo francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais – o espetáculo passa ainda por “As Bodas de Fígaro”, composta por Mozart, além de árias de “Romeu e Julieta” e “La Boheme”, entre outras.

Mais do que intimidar os participantes, a complexidade das obras escolhidas garante maior empenho nas oficinas e palestras preparatórias oferecidas dentro do projeto. De forma voluntária, profissionais de áreas como canto, regência e história da música trabalham o repertório dos artistas cidadãos.

Uma Noite com Fígaro

Quarta-feira (26), 20h na Capela Santa Maria (R. Conselheiro Laurindo, 273). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia).

A soprano Andréia Teixeira se considera transformada pelo projeto. Segundo ela, sua “consciência musical mudou muito. Apesar da vivência com a música gospel, consegui entender melhor minha forma de cantar e identificar os erros e acertos para o aprimoramento, abrindo os horizontes da voz, do corpo, da alma, em tudo o que envolve a musicalidade”, pondera.

Para identificar e valorizar a pluralidade desses horizontes musicais, Ivan Moraes já prepara outros espetáculos que privilegiem diferentes gêneros: “A ópera e o rock andam muito próximos. Aqui mesmo temos 80% de roqueiros na turma. O professor tem de entender esse potencial e oferecer a técnica para que eles possam usá-lo de maneira inovadora, tornando-se também um transformador, propagando para os diferentes estilos os mesmos valores humanísticos da música”, conclui.

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Confira trechos do ensaio de “Uma Noite com Fígaro”