Encontro entre Elvis e Nixon na Casa Branca, em 1970| Foto: Arquivo nacional americano

Basta ligar a televisão em qualquer noticiário (ou mesmo acessar portais da internet) para ser lembrado de que o momento é de definição política. Seja no cenário de projeções brasileiras ou mesmo na atual corrida pelo posto mais alto na democracia americana, políticos com ideais de direita têm conquistado a simpatia de uma parcela significativa da população.

CARREGANDO :)

Ao longo da história, muitos artistas da música já se manifestaram entusiastas de ideias que passam pela rigidez de políticas de imigração, defesa do direito armamentista do cidadão e a não intervenção do Estado na economia. Conheça alguns casos marcantes:

Elvis Presley

Embora Elvis “the pélvis” tenha rompido com diversos padrões musicais de sua época e ajudado a disseminar o rock – um dos ritmos musicais mais transgressores – pelo mundo, no que diz respeito à sua inclinação política, o rei do rock era conservador.

Publicidade

Contra a cultura das drogas, já no ápice na década de 70 – Elvis chegou a se encontrar com o presidente Richard Nixon, fretando um jato para levá-lo à Casa Branca. Esse encontro aconteceu no dia 21 de dezembro de 1970 e foi registrado pelo fotografo Ollie Atkins. Esse encontro inspirou o filme “Elvis e Nixon, lançado em julho deste ano e dirigido por Liza Johnson, onde o músico solicita sua inclusão em um programa de controle de entorpecentes como agente infiltrado. Claro que sempre existe a licença poética, mas os ideais que aproximavam os dois não tinham nada de cinematográficos.

Ted Nugent

Membro ativo do partido republicano, o ex-guitarrista e membro fundador do The Amboy Dukes é um ferrenho ativista que luta pelo direito das pessoas de portar armas e também de praticar a caça esportiva.

Em 2006, ele chegou a cogitar concorrer para o cargo de governador de Michigan, mesmo estado onde possui um rancho de caça de 127 alqueires de área.

Seu posicionamento político é bastante condizente com essa postura. Em resposta a uma declaração de Ari Fleischer – secretária de imprensa de George W. Bush, que criticou o presidenciável Donald Trump – Nugent escreveu um artigo ao WorldNetDaily.com onde justifica a popularidade do candidato dizendo que “a mensagem de Trump é música para os ouvidos dos americanos porque ele não faz jogos políticos politicamente corretos. Ele os trata como os vê. Isso é revigorante para milhões de americanos que acham que o politicamente correto é um câncer público que corrói o livre discurso e tudo o mais de positivo na América”.

Publicidade

Dave Mustaine

Esse também um velho conhecido dos conservadores. É só procurar algumas entrevistas do líder do Megadeth e vai encontrar frases de apoio à intervenção americana no Iraque, bem como críticas severas a atuação da ONU em alguns países.

Inimigo declarado do presidente Barack Obama – chegando a afirmar em entrevistas que teria “nojo desse cara”, questionando, inclusive, a nacionalidade do presidente americano – endossa opiniões clássicas dos republicanos relativas ao combate ao terrorismo (basta ouvir “Holy Wars”) e, consequentemente, ao aumento da rigidez nas políticas americanas de fronteira.

Phil Anselmo

Muito antes de ter chocado a opinião pública com uma saudação nazista seguida das palavras “white power”, no encerramento de uma apresentação beneficente durante o festival Dimebash 2016 – que contava inclusive com a presença de convidados como Robert Trujillo (Metallica) e Dave Growl (Foo Fighters) – o ex-vocalista do Pantera já demonstrava afinidade com movimentos separatistas e de segregação quando adornava o palco de suas apresentações com uma bandeira dos Estados Confederados, a mesma usada pelos estados sulistas americanos – que defendiam a manutenção da escravidão negra – durante a Guerra Civil Americana.

Parcelas da extrema direita ainda hoje podem ser associadas a esses ideais. Recentemente, David Duke, um conhecido supremacista e líder da Ku Klux Klan (KKK), declarou apoio à candidatura do republicano Donald Trump.

Phil Anselmo inclusive já declarou publicamente seu apoio a Trump dizendo em entrevista que “enquanto muitos estão dizendo que vão deixar o país se Trump for eleito, eu Philip H. Anselmo anuncio que vou permanecer nos Estados Unidos se Donald Trump for o nosso próximo presidente”, tudo isso enquanto segurava novamente a bandeira dos Estados Confederados.

Publicidade

Johnny Ramone

É possível ser punk e ao mesmo tempo conservador? Para Johnny Ramone não havia contradição nisso. Torcedor do Yankee’s, o ramone tinha o basebol e o nacionalismo como paixões. Ronald Reagan e George W. Bush foram alguns dos republicanos que receberam apoio declarado do roqueiro.

Pra quem acha difícil acreditar nessa aparente contradição, basta lembrar da cerimônia de indução dos Ramones no hall da fama do rock, em 2002, onde Johnny terminou o discurso com um sonoro “God save president Bush and God save America”

Lobão

“Todo roqueiro é conservador”. Outrora garoto problema do rock brasileiro, militante ferrenho da esquerda de Lula – como o próprio artista já admitiu – Lobão transformou muito suas convicções políticas, como é possível notar pela frase mencionada acima, dita em entrevista recente ao divulgar um disco de inéditas.

Em tempos de governo com inclinação esquerdista no poder, Lobão se converteu em um dos principais nomes da oposição entre a classe artística, atuando inclusive como incentivador de movimentos de protestos, discursando em carro aberto ao lado de ativistas que defendiam, inclusive, a intervenção militar no Brasil (apesar de se posicionar contrário à ideia).

Confira o trailer do filme “Elvis e Nixon”

Publicidade