A cantora americana Dionne Warwick diz ter perdido as contas de quantas vezes pessoas a pararam nas ruas para dizer que se apaixonaram ao som de alguns de seus hits como “Close To You” ou “Walk on By”.
“Eu adoro quando me contam que ouviam minha música quando eram garotas e hoje já são avós... É maravilhoso”, diz usando ao telefone, pela primeira vez, sua palavra preferida (wonderful, em inglês).
Aos 76 anos, Dionne promete cantar este e outra dezena de sucessos em sua única apresentação nesta sexta-feira, às 21h, no Teatro Guaíra.
“Vamos cantar aquelas canções que as pessoas estão esperando e que conduziram minha carreira . Será uma linda noite de música e eu, como sempre, vou me divertir muito.”
Dionne tem uma relação muito próxima com o Brasil. Ela lembra que veio para cá pela primeira vez no final dos anos 1960. Nos anos 1980 e 1990 chegou a manter uma casa alugada no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. “Virou a minha segunda casa. Algumas pessoas precisam sair de casa para achar outra. Aconteceu comigo”.
Com sua voz elegante, Dionne disse que se lembra sim de alguns palavrões em português, mas por pudor não gostaria de repeti-los ao repórter “que não lhe fez nada de mal”.
Lembra também que gostava de comer feijoada todos os sábados, ouvindo samba e bossa nova. “É uma comida linda, cheia de história e o Brasil tem meu tipo preferido de música”.
Por acaso
Dionne Warwick - 50 Anos de Sucesso
Sexta-feira (24) às 21h no Teatro Guaíra (R. XV de Novembro, 971, Centro).
Ingressos de R$ 60 a R$ 450 no DiskIngresso.
Dionne é parte de uma família de cantoras, um clã em que além dela se destacaram sua prima Whitney Houston e a irmã Dee Dee Warwick. Vencedora de cinco Grammys, Dionne disse ter entrado “nessa vida por acaso”.
“Nunca quis ser cantora profissional. Canto na igreja desde criança e fiz uns discos como backing vocal para pagar as contas no tempo da faculdade. Então me pediram pra gravar discos, as pessoas começaram a gostar e eu vi que tinha mesmo esta vocação maravilhosa”.
A consagração veio no meio dos anos 1960, quando a dupla de compositores Burt Bacharach e Hal David a elegeu como intérprete oficial de seus hits. Dionne liderou as paradas de sucesso com seus primeiros singles lançados e ao longo da vida vendeu mais de 100 milhões de discos. Ela chama o encontro com David e Bacharach como um “triângulo musical amoroso”.
“Nos tornamos parceiros no primeiro momento em que eu cantei uma de suas canções. Burt disse que a minha era a voz das canções que ele queria fazer. Nos tornamos muito próximos”.
Diva? Não
Com 55 anos de carreira, Dionne não gosta de ser chamada de diva. “É uma palavra que não me diz nada. Pertence ao mundo da ópera e eu não sou uma cantora de ópera”.
O mundo a que Dionne pertence é o do R&B, soul, jazz e pop romântico. “Eu nunca pude ser colocada numa categoria única, numa só caixinha. Eu tenho um ouvido que ouve e uma voz que canta. É assim que eu sou”.
Ela diz que esta turnê é uma celebração de uma um novo momento em sua vida. Nos anos 2000, a cantora chegou a declarar falência pessoal após acumular uma dívida de mais de US$ 10 milhões por impostos não pagos desde os anos 1990. Ele chegou a vender sua mansão em Los Angeles e morar numa casa alugada em New Jersey, sua cidade natal.
“Eu não sou diferente das outras pessoas. Todos nós temos altos e baixos, mas agora as coisas voltaram aos trilhos e estou feliz com o que eu tenho e por ainda estar trabalhando bem”.
Dionne pede, afinal, para responder a pergunta que é titulo de uma de suas canções mais famosas: “O que o mundo precisa agora?” (What the World Needs Now?, outra de David e Bacharach)
“O mundo tá precisando de amor mais do que nunca. Aqui nos Estados Unidos e em todo lugar. Estamos precisando praticar a nossa humanidade. Parar e ouvir o outro. Tem muita coisa ruim acontecendo e dá e impressão que Deus está bravo conosco. Deve ser verdade por que quanto falta amor, ele fica brabo mesmo”.
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