Quando ainda morava em Curitiba, onde estudou Publicidade na PUC e um ano de Música na UFPR, Tiago Iorc, 30 anos, era um piá que tinha uma banda e mostrava suas composições, todas em inglês, na internet. Em vídeos simples e bem produzidos, sempre codirigidos por ele mesmo, acabou caindo nas graças dos adolescentes e foi parar em trilha sonora de novela (“Malhação” foi a primeira, com “Nothing But a Song”).
De uns anos para cá, a letras em português do menino criado entre Inglaterra, Estados Unidos e Rio Grande do Sul se ficaram mais frequentes. Com “Troco Likes”, seu quarto álbum de estúdio, essa produção se consolida.
Porém, escrever em “tecla SAP” demanda mais processos, conta Tiago. “Tem muita diferença. É quase como uma personalidade distinta. Enquanto compositor, isso foi uma descoberta pra mim, me encontrar nessas duas personalidades que faziam parte de mim, mas de um jeito que fosse coerente com o trabalho que eu já vinha fazendo em inglês”, conta ele, que se apresentou durante festa de aniversário do programa “Estúdio C” em Pinhais, e fez outros dois shows em Curitiba durante o fim de semana.
Parcerias
As parcerias têm sido uma importante ferramenta de crescimento profissional. “Eu sou muito aberto a isso, gosto desse diálogo com pessoas que possam me levar para outro lugar artístico, me proporcionar outros experimentos e sair do monólogo que é produzir para mim mesmo”.
A mais recente colaboração foi com Sandy. Os dois apresentaram “Me Espera” no reality musical “Superstar” há algumas semanas. Bombou. A música começou a ser escrita pela cantora e o marido, Lucas Lima. O processo de composição seguiu, com Iorc, via e-mail. Distância, aliás, não é problema quando se trata de levar uma parceria adiante. O músico escreveu uma canção via Whatsapp (com o compositor curitibano Léo Fressato) e também usou o e-mail para fechar outra com Humberto Gessinger.
Trilha sonora
Iorc tem “assinatura” nos vídeos de suas músicas até hoje. “Amei Te Ver”, por exemplo, estrelado por Bruna Marquezine, tem codireção sua. Essa proximidade na definição da “cara” de suas músicas é algo que ele não pretende abrir mão. “É o desenvolvimento de algo que é uma paixão minha, cinema, fotografia, a narrativa em si, de contar uma história”. Mais para frente, o desejo é escrever trilhas sonoras.
Troco likes, sigo de volta
O músico se diz um cara de ouvir discos inteiros, mas também não nega o seu lado “aleatório”, que conversa bem com o modo de consumo do público que costuma segui-lo. “Gosto de ouvir álbuns e entender o conceito e a preocupação que o artista teve para construir aquela história, mas também sou ‘shuffle’, acabei por me envolver com essa geração”, afirma.
A espontaneidade de aplicativos como o Snapchat tem sido um canal de comunicação com os fãs que Iorc aprecia. “A própria plataforma diz que é pra ser algo que vai sumir, então tira a ‘importância’ do que se diz lá. As pessoas estão se levando menos a sério ali e eu acho que isso é legal porque de certa forma as outras redes sociais foram enclausurando todo mundo numa seriedade, em um jeito de parecer ou querer ser”, completa.
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