Como termina a história de uma grande banda? Quais os requisitos básicos para que ela ingresse definitivamente no hall da fama do rock e não caia no esquecimento? É possível, digamos, discernir os homens dos meninos? Os coadjuvantes dos protagonistas? O Black Sabbath respondeu a todas essas questões em apenas 1 hora e 45 minutos.
O que, portanto, mais de 65 mil pessoas viram na noite deste domingo, 4, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, não foi uma das últimas apresentações da banda, mas a certeza de que Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler eternizaram seus nomes. Nomes estes que colocam o rock em um pedestal inalcançável, lugar de onde ele jamais deve sair.
Às 20h30, quando as luzes se apagaram, Ozzy Osbourne fez questão de aquecer o público com risadinhas satânicas antes mesmo de subir ao palco. “Vocês estão prontos? Então vamos nessa”, disse o vocalista. Visivelmente debilitado, Ozzy não se mexeu muito durante o show. Ia de um lado para outro de maneira desengonçada e pitoresca, mas em nenhum momento deixou que isso afetasse seu desempenho vocal.
O clima de nostalgia veio antes do show da turnê denominada The End (O Fim) terminar. Em “War Pigs”, por exemplo, a chuva, que já dava claros sinais de que poderia atrapalhar o espetáculo, desabou. Ninguém, entretanto, se atreveu a sair de onde estava até que a canção chegasse ao fim.
Sempre elegante na guitarra, Iommi tem a precisão dos riffs e o feeling de quem sabe o que está fazendo. Instrumentista virtuoso, Iommi, que luta há anos contra um câncer, também não fez graça. Comedido, concentrou-se no manuseio quase que perfeito da guitarra sem fazer alarde ou clamar por atenção.
O repertório da noite deste domingo foi basicamente o mesmo das apresentações realizadas anteriormente no País: 13 canções, sendo 12 delas do quarteto de discos clássicos e definidores: “Black Sabbath” (1969), “Paranoid” (1970) e “Master of Reality” (1971) e “Vol. 4” (1972). A única exceção é “Dirty Women”, de “Technical Ecstasy” (1976).
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