Dirigido pela consagrada bailarina brasileira Marcia Haydée, o Ballet de Santiago chega ao Brasil nesta quinta-feira (14) para uma turnê por cinco cidades. Com um time de 55 bailarinos, a companhia irá apresentar a montagem de “Zorba, o Grego”, história adaptada do romance do escritor Nikos Kazantzakis, de 1946, e popularizada pelo filme homônimo de Anthony Quinn, ganhador de três Oscars em 1964.
O grupo, que se destaca pela criatividade e precisão técnica nos trabalhos, se apresenta em Curitiba no dia 27 de julho, no Teatro Guaíra. Sob coordenação de Marcia desde 2004, a companhia propõe experimentar, em Zorba, uma mescla do clássico com outros estilos, buscando uma estética contemporânea que se estende à trilha sonora, aos cenários e aos figurinos.
Serviço
Data: 27/07/2016
Horário: 21 horas
Local: Teatro Guaíra | Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto - Guairão
Ingressos: Platéia: R$200,00; 1° Balcão: R$160,00 e 2°Balcão:R$110,00. Taxa administrativa: R$ 6,00.
Com uma formação clássica sólida - incluindo 13 anos como primeira-bailarina do Stuttgart Ballet da Alemanha, que mais tarde coordenou por outros 20 anos - a diretora costuma flexibilizar e experimentar nas montagens.
Um exemplo foi a sua última passagem pelo Brasil, no ano passado, quando Marcia realizou a montagem “O Sonho de Dom Quixote” para a São Paulo Companhia de Dança. A construção, um dos clássicos do balé, ficou marcada pelo que a diretora definiu como “reviravoltas” na trama, incluindo a perda da marca de “triste figura” no cavaleiro criado por Cervantes.
Assim funciona, também, o trabalho com o Ballet de Santiago, guiado por versatilidade: “Acredito que não se pode mais ser apenas bailarino clássico ou moderno, é preciso ser os dois”, afirma a bailarina.
Vida de bailarina
Marcia diz que a vida de dedicação à dança, atividade em que mergulhou aos três anos de idade, traz confiabilidade aos bailarinos quanto ao trabalho que executa. “Eles sabem que fui uma grande bailarina, então eles confiam que estão sendo dirigidos por uma grande marca e sabem que eu os protejo”.
A um ano de completar oito décadas, Marcia não pensa em se aposentar. “Estou muito contente, e não vou me aposentar nunca. Faz parte da minha vida passar pra gente jovem tudo que eu aprendi”, conta a bailarina, que se considera na obrigação de, além de ensinar, aprender com os mais novos “tudo o que tiverem a oferecer”.
A receptividade com o novo, aliás, é uma postura que permeia o cotidiano de Marcia e talvez seja uma das explicações para o vigor que transmite do alto de seus 79 anos. “Eu tenho iPhone, uso a internet… Tem que entrar no mundo de hoje, a cabeça das pessoas vai mudando e precisamos acompanhar”.
Destaques
A diretora da companhia enfatizou, em entrevista à Gazeta do Povo, a qualidade da trilha sonora do espetáculo. No Brasil, será apresentado ao som da gravação de uma execução de Mikis Theodorakis, grego compositor da obra musical original. O cenário e o figurino são de autoria de Jorge Gallardo, figurinista com trajetória reconhecida internacionalmente.
Outro destaque da apresentação é o solista Rodrigo Guzmán, intérprete de Zorba. Segundo Marcia, Guzmán se identificou com o personagem de tal maneira que o próprio Lorca Massine, coreógrafo da montagem original feita nos anos 80, acredita que ele “nasceu para dançar esse papel”. O bailarino chegou a ser convidado por Massine para estrelar a montagem em grandes companhias da Europa.
Colaborou: Cecília Tümler