Grupo que se separou em 2009 para depois voltar em revivals: dificuldade de rotulagem indica sua originalidade.| Foto: Dustin Rabin/Divulgação

Lá se vão 25 anos desde que “Epi1c”, um hard rock com pitadas de rap, inundou as rádios e mostrou uma banda com um som diferente do que se ouvia à época.

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Não era apenas pesado, era vibrante, tinha groove. Era tudo, mas não era nada. Tudo porque representava um frescor antes do grunge, que viria a revolucionar o rock anos depois.

Álbum

Sol Invictus

Novo disco do Faith No More está disponível no serviço de streaming Spotify.

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Não era nada perto do que o Faith No More ainda teria a oferecer, inclusive após um longo período de inatividade.

Foram três discos até o lançamento de Album of the Year, em 1997, quando a banda se separou. Em 2009 ela retomou os shows para, um ano depois, anunciar oficialmente seu fim. Fim esse que não durou nem um ano.

Em 2011 eles voltaram aos palcos, já tocando músicas inéditas. Como se percebe, se existe uma palavra que não se aplica ao Faith No More é convencional. Isso fica comprovado em Sol Invictus, disco lançado oficialmente na semana passada, o primeiro após um intervalo de 18 anos.

Bons tempos

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Quando a banda despontou, no início da década de 90, a imprensa musical logo arrumou um rótulo para classificá-la: funk metal. Dois elementos presentes nas influências e no repertório, mas que estão longe de resumir a dimensão da música do Faith No More. Sol Invictus é a prova disso.

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A música-título, que abre o disco, tem ares de ópera rock com trilha de filme de terror, prometendo um clima soturno. Mas aí vem a pedrada que é “Superhero”, acelerada e grandiosa, como The Real Thing, o disco que catapultou a banda ao sucesso.

Múltipla

É impossível afirmar que Sol Invictus segue uma determinada linha. É um disco que oscila entre o pesado, o progressivo e o melódico, valorizando tanto guitarras quanto piano, por exemplo. Enquanto “Sunny Side Up” tem uma pegada jazzy, “Cone of the Shame” é metal puro e “From the Dead” fecha o disco em clima de baladinha romântica. O que não significa irregularidade. Longe disso, é um álbum intenso do começo ao fim.

Grande parte do mérito disso é de Mike Patton, uma das mentes mais criativas e talentosas do rock atual. Seus experimentos incluem um disco com tributo a temas de desenhos animados (Suspended Animation, da banda Fantômas) e cantar em italiano com uma orquestra (o projeto Mondo Cane). Como cantor, Patton é incomparável, capaz de atuar como crooner, exercitar falsetes e vocais guturais quase ao mesmo tempo.

Shows

Em setembro o Faith No More vem ao Brasil para duas apresentações: em São Paulo, no dia 24, e no Rock in Rio, dia 25. Oportunidade para ver ao vivo uma daquelas bandas que representam o desejo de qualquer pessoa: unir o vigor da juventude à sabedoria adquirida com os anos de vida.

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