“A gente é meio guerrilheiro mesmo”, observa Beto Vizotto, o prefeito roqueiro da cidade de Paraíso do Norte, a 520 km de Curitiba, no noroeste do estado.
Ele é o idealizador do festival Paraíso do Rock, criado em 2008 para ser um núcleo de resistência do rock em uma região em que o público cultua as duplas sertanejas.
“Aqui, fora a rádio Mundo Livre de Maringá que toca rock, é difícil ouvir este tipo de som, o rock mais underground que a gente traz”.
O festival que todo ano movimenta a cidade de apenas 12 mil habitantes chega a sua nona edição neste final de semana (dias 16 e 17) com uma programação eclética.
Na sexta feira, tocam o músico australiano Jarrah Thompso, os blueseiros capixabas do Musddy Brother e os punks gaúchos dos Replicantes.
No sábado, sobem ao palco a banda paranaense Terre Motor, o pernambucano Juvenil Silva, os veteranos punk argentinos Expulsados. O evento se encerra com o show de reunião da banda curitibana Feichecleres.
“A gente procura diversificar tanto as vertentes do rock e como também busca uma diversidade regional, não quer bandas só da região centro-sul”.
Em outras edições do festival, bandas como Bidê ou Balde, Cachorro Grande, Relespública, Nevilton e Matanza, entre outras, já tocaram no festival.
Vizzoto disse que foi chamado de “louco” quando a teve a ideia de criar o Paraíso do Rock.
“Aqui é uma cidade pequena do interior. No primeiro ano, conseguimos reunir mais de 300 pessoas e sentimos que tinha uma coisa no ar. De lá pra cá, o festival só cresceu”.
Ele conta que o público é composto pelas cidades da região como Maringá, Cianorte e Paranavaí, mas tem excursões confirmadas de São Paulo, Santa Catarina e Paraguai.
“Virou um evento na região. A molecada que estuda fora não volta para casa nesta época só para assistir aos shows. Fora quem vem conhecer o festival e volta todo ano”.
Feichecleres
O destaque da programação é a reunião dos Feichecleres. A banda que se separou em 2007 volteou a se reunir ano passado pela primeira vez para um único show, e aceitou o convite do Paraíso do Rock como forma de “homenagem aos nossos fãs no interior do Paraná”.
Segundo o baixista Giovanni Caruso, a banda deve se reunir uma vez por ano para um show especial, mas isso não representa a possibilidade de uma volta efetiva. “Cada um tem seus projetos próprios. Eu estou muito feliz com o Escambau. Mas será um show bem irado, como sempre é um show dos Feichecleres”.
Outro destaque da escalação do festival é o show da banda argentina Expulsados. Espécie de clone dos Ramones (chegaram a abrir os shows da maior banda de punk da história na Argentina), a banda foi formada nos anos 1990 na região sul de Buenos Aires.
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