O cantor norte-americano de hip-hop e R&B Frank Ocean lançou um “álbum visual” na madrugada desta sexta-feira (18), na Apple Music.
“Endless” tem 45 minutos e percorre um repertório de 18 faixas. As canções têm arranjos espaçosos, com poucos elementos. Às vezes, consistem apenas em tramas de vozes de Frank acompanhadas por um piano, guitarra ou violão. Outras são pura experimentação instrumental.
Um delas, a vinheta “Ambience 002: “Honeybaby”, curiosamente traz um sample de Gal Costa em “Vapor Barato”.
Tudo é envolto por um ambiente “ermo”, com ruídos, timbres sintetizados e programações – sonoridade que remete ao neo-soul James Blake, um dos colaboradores de peso do trabalho ao lado de Jonny Greenwood (Radiohead) e outros.
A música é acompanhada por cenas gravadas num galpão, que mostram Frank construindo alguma coisa. É preciso ser assinante do serviço do Apple Music para assistir “Endless”.
Mas...
Mas ainda não é o disco novo. Segundo o site “Pitchfork”, um representante da empresa sugeriu ficar alerta para mais material de Frank ao longo deste fim de semana.
Pode ser finalmente o novo álbum, mas qualquer previsão sobre este assunto é sempre duvidosa – afinal, todas as previsões até aqui, tanto de Frank e quando de terceiros, não se confirmaram.
Fãs e mídia especializada estão na cola de Frank Ocean desde o fim de 2012, quando o cantor começou a falar sobre projetos futuros meses após o lançamento do incensado “channel ORANGE”.
Histórico
O primeiro álbum do artista foi um dos lançamentos mais importantes daquele ano, e o público não demorou a perguntar sobre quando viria mais.
Pelo menos desde abril de 2013 ele vem falando sobre novas composições, referências sonoras e influências. E desde 2014 fala em finalizar o trabalho.
Ao longo de todo esse tempo, conforme levantou o Pitchfork, os fãs vêm tentando juntar peças esparsas – uma canção inédita em um show, publicações em redes sociais, fotos do músico no estúdio, falas em entrevistas, declarações elogiosas de insiders que supostamente já tinham ouvido o material, boatos.
O primeiro anúncio oficial dizia que o disco sairia em julho de 2015, provavelmente com o título “Boys Don’t Cry” e um lançamento acompanhado por uma publicação.
Depois de mais um ano de silêncio, Frank atualizou o site com um cartão de biblioteca cheio de carimbos de datas – em referência aos vários atrasos no lançamento.
A arte não pode ser apressada. É uma questão de ter certeza de que a estética perfeita para a situação tenha sido atingida. Isso inclui ajustes constantes, tentativa e erro...
A tabela incluía possíveis novas datas para o novo trabalho – uma ainda em julho de 2016. Outra dizia 13 de novembro de 2016. Mais mistério.
Em agosto, o site do músico passou a exibir um streaming ao vivo de um galpão com um sistema de som e o que parece ser uma bancada de marcenaria.
O “The New York Times” chegou a cravar uma data, 5 de agosto, informada por uma fonte confiável – mas, aparentemente, ninguém pode realmente dizer com certeza quando o trabalho sai.
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