Luan Santana, no Country Festival de 2014, em Pinhais: sertanejo universitário ajuda a explicar o Brasil hoje, diz cantor baiano.| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo Gazeta do Povo

O funk carioca, o sertanejo universitário e os restos da axé music são uma Tropicália inexplorada. A opinião é do cantor e compositor Caetano Veloso, um dos idealizadores do movimento que sacudiu a música popular brasileira no fim dos anos 1960.

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O artista baiano falou sobre o legado do tropicalismo em dezembro de 2015, em uma entrevista para o documentário “Tropicália – Revolution in Sound”, da BBC, que também teve participações de Gilberto Gil e do cantor e compositor norte-americano David Byrne.

Paralelos

Caetano comparou o ideário da música tropicalista – de usar tudo o que eles tinham aprendido, “de onde quer que tivesse vindo” – ao que os artistas dos morros cariocas fizeram com o funk, por exemplo. Enquanto ele e Gil incorporaram às suas canções as até então malditas guitarras elétricas e a música cafona para criar algo novo há quase 50 anos, os criadores do funk carioca fizeram “uma coisa totalmente brasileira” colocando batidas da umbanda e do maculelê no Miami Bass.

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O axé na Bahia e o sertanejo universitário seriam outras surpresas desta natureza – sendo a segunda um “fato cultural” que ajuda a explicar o Brasil, já que trata-se de uma criação do Centro-Oeste que chegou à região costeira do país.

O documentário está disponível – apenas em inglês – no site da BBC World Service. Na entrevista, Caetano elogiou a afinação da cantora Anitta e a criatividade do funk carioca, lembrou a polarização de opiniões e a instabilidade política da década de 1960 e a era dos festivais, falou sobre o novo cenário para a música hoje e contou quais são suas expectativas sobre o atual momento do país. As informações são do site da BBC Brasil.