David Gilmour (à direita) em ação.| Foto: deep_schismic/Wikimedia Commons

Na coletiva em São Paulo, na última quinta-feira (10), o guitarrista inglês David Gilmour disse que o critério de escolha do repertório dos shows aqui no Brasil seria simplesmente “escolher as mais bonitas”, independentemente de serem recentes ou do Pink Floyd.

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O público que deixou o Allianz Parque no final das apresentações foi obrigado a concordar. Apesar de mostrar canções fortes de seu mais recente álbum solo, “Rattle that Lock”, a primeira turnê de Gilmour no país é uma celebração do Pink Floyd.

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O próprio palco evocava o visual dos últimos shows da banda, com um círculo projetado no fundo que servia de telão e disparava raios de luz sobre a multidão de fãs -o mesmo recurso das turnês de “A Momentary Lapse of Reason”, nos anos 1980, e de “The Division Bell”, na década seguinte.

Com sua indefectível camiseta preta, Gilmour fez questão de abrir o show com canções novas. O público nem precisava gostar delas -a maioria adorou-, porque o que valia mesmo era o guitarrista de toques suaves, precisos e melódicos. Talvez só Eric Clapton faça sombra a ele nesse jeito de tocar.

Mas aí, na quarta música, os primeiros acordes espalham a histeria pelo estádio do Palmeiras. “Wish You Were Here” (1975), a rival de “Comfortably Numb” na escolha de canção preferida entre os fanáticos pelo Pink Floyd, é cantada por todos.

A partir daí estava definida a recepção do público. Canções recentes eram recebidas com entusiasmo e carinho. Canções do Pink Floyd, com pura catarse.

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Depois de encerrar a primeira parte do show e fazer um intervalo de 20 minutos, Gilmour voltou com uma dobradinha para homenagear Syd Barret (1946-2006), primeiro guitarrista e força motriz do Pink Floyd.

Tocou “Astronomy Domine”, do único álbum que Barrett fez com a banda (“The Piper and the Gates of Dawn”, de 1967), e “Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V)”, que a banda compôs para Barrett e gravou em 1975.

Nesses dois números, o que mais se via entre as 40 mil pessoas que compareceram a cada noite era gente fazendo “air guitar” --aquela coisa de fechar os olhos e “tocar” uma guitarra invisível. Todos, claro, sonhando em ser Gilmour.

Na parte final, as últimas das 21 músicas do repertório foram todas extraídas de discos do Pink Floyd. Depois de fechar o set principal com a matadora “Run Like Hell”, do álbum “The Wall” (1979), Gilmour voltou para mais três canções no bis.

Veio com duas da obra-prima da banda, o disco “The Dark Side of the Moon” (1973), emendando “Time” e “Breathe (reprise)”. Depois, o êxtase com “Comfortably Numb”, também de “The Wall”.

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A turnê prossegue nesta segunda (14), em Curitiba, e na quarta (16), em Porto Alegre.