De menino prodígio da música argentino a ícone de um jazz pop cafona mundial, o musico argentino Leandro “Gato” Barbieri foi um dos maiores artistas do saxofone e merece o epiteto de “lendo do jazz” que o descreveram nos vários obituários que lamentaram sua morte aos 83 anos, por pneumonia, no último domingo (03) em Nova Iorque.
Barbieri fez parte de uma geração de artistas argentinos que conseguiu projeção internacional dando tempero latino ao jazz como seu parceiro Lalo Schifrin e Astor Piazzolla.
Nascido na cidade de Rosário em 1935, filho de um carpinteiro, Gato começou a tocar aos 12 anos após de descobrir a música de Charlie Parker. Estudou o instrumento e composição e aos 18 tocava na banda de Schifrin. Nos anos 1950, Barbieri virou um astro em Buenos Aires e chegou a viver um tempo no Brasil.
Na década seguinte mudou-se para a Itália. Na Europa, além de tocar como band leader, dedicou-se a trilhas sonoras de filmes. Em 1972, teve a consagração mundial com a trilha de O Último Tango em Paris de Bernardo Bertolucci.
Além do Grammy de melhor musica, Gato Barbieri alcançou prestígio da crítica e notoriedade suficiente para bancar um projeto pessoal com quatro álbuns dedicados a história política da América Latina pelo Selo Impulse.
Depois dessa ousadia, porém Barbieri mudou radicalmente de estilo. Um visual exagerado de echarpes e muitas joias e adotando um estilo pop e melódico que caiu no gosto das rádios FM oitentistas e influenciou músicos como Kenny G.
Parte de seu público, e da critica, torceu o nariz, mas isso não serviu para tirá-lo da posição privilegiada que alcançou: um jazzista livre e genial cujo trabalho se pode ouvir nos cerca de 50 álbuns e tocou ao lado de mestres como Don Cherry, Charlie Haden e Pharoah Sanders. Em 2015, Gato Barbieri recebeu um Grammy latino por sua carreira.
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