Radiohead. “Burn the Witch” (single). Rock.
E como todo lançamento do Radiohead vem envolto em algum “ritual”, o single “Burn the Witch” foi apresentado em redes sociais esvaziadas. Manjada ou não, a estratégia da “página em branco” deixou os seguidores em alerta. O vídeo em stopmotion, dirigido por Chris Hopewell, ocupou as redes na terça, e em seguida a canção foi disponibilizada para compra no iTunes e no W.A.S.T.E. (site de merchandising da banda) e para audição no Apple Music e no Spotify. As experimentações de “The King os Limbs”, álbum anterior, lançado em 2011, parecem atenuadas nessa que é uma canção que promete ser a prévia do nono disco. (Angela Corrêa, especial para a Gazeta do Povo)
Drake. “Views”. Rap.
O quarto álbum do rapper canadense, que originalmente seria chamado “Views From The 6” - uma referência à sua cidade natal, Toronto -, foi lançado na última sexta-feira (29). Além de ser seu trabalho de estúdio mais diversificado, com influências que vão desde r&b dos anos 90 até música caribenha, esse também é seu disco com letras mais pessoais. Com uma visão honesta e melancólica de sua vida, Drake reflete - e às vezes choraminga - sobre fama, relacionamentos fracassados, sucesso e rixas. E ao contrário do álbum “If You’re Reading This It’s Too Late”, lançado em 2015, desta vez Drake não tem medo de mostrar sua vulnerabilidade ao mesmo tempo em que reafirma sua posição na intersecção entre o pop e o rap. (Thaís Carvalho, especial para a Gazeta do Povo)
Blink 182. “Bored To Death”. Rock.
Após uma mudança turbulenta em sua formação, com a saída do vocalista original Tom DeLonge e a entrada de Matt Skiba, frontman do grupo Alkaline Trio, a banda californiana lançou, na última quarta-feira (27), o primeiro single do álbum “California”, com lançamento previsto para 1.º de julho. Apesar da música não ter mais o aspecto cômico da grande maioria dos lançamentos antigos - afinal, tanto Mark Hoppus quanto Travis Barker já estão na casa dos 40 anos -, a composição ainda tem características de músicas mais melódicas do Blink 182, como “Always” e “Down”, e também é semelhante ao projeto paralelo dos dois membros originais, o +44. (Thaís Carvalho, especial para a Gazeta do Povo)
Brian Eno. “The Ship”. Eletrônica/Experimental.
Inventor da chamada “ambient music”, Brian Eno revisita o gênero em “The Ship”, seu novo trabalho – desta vez, fundindo suas experimentações eletrônicas com canções. A faixa-título, inspirada pelo naufrágio do Titanic e o início da Primeira Guerra Mundial, é uma peça de 21 minutos em que o músico experimenta com o conceito de “espaço aberto”, sem estrutura rítmica e harmônica convencional. O mesmo tipo de fusão acontece na faixa seguinte, “Fickle Sun (i)”, que abre em clima meditativo antes de crescer para um clímax marcado por sopros e pratos, e terminar silenciosa, em meio a texturas eletrônicas e cordas. A canção pop propriamente dita só aparece na quarta faixa – um cover de “I’m Set Free”, do Velvet Underground. (Rafael Costa)
Konono N.º 1. “Konono No.1 Meets Batida”. World music.
Konono N.º1 é uma premiada banda da República Democrática do Congo. O grupo foi fundado na década de 1960 por Mingiedi Mawangu, um virtuose de um instrumento tradicional da música congolesa chamado “likembé”. Eles ficaram conhecidos por criar sistemas caseiros para amplificar estes instrumentos, criando uma sonoridade particular, que mistura uma música eletrônica distorcida e crua com elementos de música tradicional. O novo álbum é o primeiro do grupo desde a morte de Mawangu, em abril de 2015. É uma parceria do grupo com o produtor de música eletrônica Batida (nome artístico do músico luso-angolano Pedro Coquenão), que adicionou ao som do Konono N.º1 batidas mais potentes e voltadas para as pistas – embora a interessante fusão sonora da banda continue no DNA do trabalho. (Rafael Costa)