Maria Bethânia. “Casinha branca” (single). MPB.
Lançado junto com as comemorações de aniversário de Maria Bethânia, que completou 70 anos no último dia 18 de junho, “Casinha branca” reforça a ligação da cantora baiana com o universo do Brasil profundo. A canção, conhecida no fim da década de 1970 na voz de Gilson, já tinha ganhado um registro ao vivo no CD “Maricotinha ao Vivo”, em 2002, e foi gravada em estúdio para a trilha sonora da novela “Êta Mundo Bom!”, da TV Globo. Também às vésperas das comemorações a seus 70 anos, Bethânia lançou a edição em CD do show “Tempo tempo tempo tempo” (2005), na semana retrasada. (Rafael Rodrigues Costa)
Tropkillaz. “Braza Attack Vol. 1” (EP). Eletrônica.
O duo brasileiro Tropkillaz, do DJ Zegon & André Laud, lançou suas primeiras tracks pelo Mad Decent – o influente selo do produtor norte-americano Diplo, que descreve o projeto como dono de um estilo próprio de bass music influenciada por música brasileira e latina. O EP “Braza Attack Vol. 1” também reúne influências mais distantes: “Rayah” usa samples do DJ Shantel para uma canção argelina, enquanto “Mahabbah” se inspira na música árabe. Já “Put It On Me” traz o peso característico da bass music, assim como “STOP!”, que conta com o reforço do americano Buku. (RRC)
Red Hot Chili Peppers. “The Getaway”. Rock.
“The Getaway” é o primeiro álbum dos Chili Peppers sem o produtor Rick Rubin desde o disco “Mother’s Milk”, de 1989 – e o segundo com o guitarrista Josh Klinghoffer, que entrou na banda em 2009, após a saída de John Frusciante. A diferença fica mais clara para ouvidos mais atentos: Danger Mouse, o novo produtor, imprime uma atmosfera diferente em músicas como “The Hunter”. Para quem estiver menos ligado em diferenças mais sutis, no entanto, os ingredientes principais do som da banda continuam marcantes nas faixas mais eficientes – som potente, comandado pela cozinha de Flea e Chad Smith, o novo guitarrista mais livre para dar seus voos e linhas vocais de Anthony Kiedis em sintonia com a pegada funk da banda, e com eventuais achados melódicos. (RRC)
Casuarina. “7”. Samba.
Com 15 anos de trajetória, esse é o primeiro trabalho totalmente autoral do grupo carioca que apresenta um disco de 13 faixas que mesclam tipos de samba. Tem tropicalidade em “Casa Minha”, tem samba de raiz com a cadência e o ritmo tradicional dançante, mas também tem letras melancólicas — como “Deixa Sangrar”, que toca pelo doce do piano, e “Eu já posso me chamar saudade”, cantada em dueto com Maria Rita. O samba que completa 100 anos este ano pode se sentir representado com claras referências de Adoniran Barbosa, Cartola, Noel Rosa e Martinho da Vila. Talvez, o que seja uma aposta de modernidade do álbum é “Ambidestra”. A faixa abre o álbum, mas é muito diferente do restante do disco. Definitivamente, não é um disco para sair dançando pelo salão, contudo, tem qualidade e um espírito carioca genuíno que só o samba de verdade tem. (Beatriz Peccin, especial para a Gazeta do Povo)
Gojira. “Magma”. Metal.
Depois de quatro anos de espera, a porrada não poderia ter sido mais forte. O sucessor de “L’Enfant Sauvage” é um disco compacto, quase como se negasse o silêncio, com elementos progressivos e melódicos preenchendo cada possível espaço entre os riffs. Gravado no estúdio próprio da banda – o Silver Cord Studio, em Nova York– “Magma” é um disco que não se deixa moldar pelos estatutos encarquilhados do metal tradicional (Rico Boschi, especial para a Gazeta do Povo)
Jake Bugg. “On My One”. Pop/folk/indie rock.
Após ganhar fama com seu estilo “retrô” de indie rock e folk, o inglês Jake Bugg lançou na última sexta-feira (17) seu terceiro álbum de estúdio, “On My One”. Dessa vez, o cantor e compositor assinou a produção do disco pela primeira vez – com a ajuda de Jacknife Lee, que produziu três das onze faixas –, mostrando sua influência de baladas country em músicas como “Livin’ Up Country” e a faixa-título “On My One”, e a preponderância de pop britânico em “Bitter Salt”. Já faixas como “Ain’t No Rhyme” e “Gimme the Love” parecem totalmente deslocadas em relação aos gêneros presentes não só neste álbum, mas também nas canções dos discos anteriores: “Shangri La”, de 2013, e o homônimo, de 2012. E apesar de seu esforço para demonstrar independência nas novas composições, como o nome do disco sugere, o resultado é um álbum com letras rasas e que mais se assemelha a uma compilação de músicas de diferentes gêneros, sem qualquer tipo de coesão e identidade musical. (Thaís Carvalho, especial para a Gazeta do Povo)
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