Júpiter Maçã, ome artístico adotado por Flávio Basso.| Foto: Adelino Bilhalva/Reprodução Facebook

O rock gaúcho perdeu, na tarde desta segunda-feira, 21, uma de suas figuras mais mitológicas, símbolo da psicodelia e, às vezes, do non-sense. Júpiter Maçã, nome artístico adotado por Flávio Basso, morreu aos 47 anos, em Porto Alegre, cidade onde nasceu e ganhou fama graças aos trabalhos com as bandas TNT e Os Cascavelletes, e com uma carreira solo ancorada no aclamado disco “A Sétima Efervescência” (1997).

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Em contato com a reportagem, um antigo produtor do músico confirmou o óbito. De acordo com ele, com informações confirmadas pela mãe de Basso, o músico caiu no banheiro do imóvel onde morava e bateu a cabeça. O Serviço de Atendimento Móvel de Emergência foi chamado para socorrê-lo, mas foi o suficiente. Ainda não há mais informações sobre a causa da morte. A casa de shows Panama Estudio Pub, onde o músico se apresentaria na próxima nesta terça-feira, confirmou a morte em um comunicado publicado no Facebook e promete uma homenagem a ele na mesma noite.

Júpiter Maçã foi um adepto da triste e fatal tríade sexo, drogas e rock and roll. Em 2012, ele caiu do parapeito do apartamento onde vivia, no segundo andar, e fraturou o pulso e a costela. A figura folclórica do gaúcho viralizou em uma entrevista sem qualquer sentido concedida a Rogério Skylab, no programa “Matador de Passarinho”, exibida no Canal Brasil, no ano passado, na qual Apple (como ele também era chamado), falou alguns impropérios.

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Considerado Syd Barrett brasileiro, primeiro vocalista do Pink Floyd - um músico genial que se perdeu pelo excesso de psicodelia -, Maçã passou sua carreira beirando a transgressão generalizada. Com a banda Os Cascavelletes, por exemplo, cantou a música “Eu Quis Comer Você”, em um programa infantil. Em outra ocasião, novamente com Skylab, concedeu outra entrevista que beirava a surrealidade, transmitida pela MTV.

Mas o músico não era só de entrevistas curiosas. Não é por acaso que o seu disco solo, a estreia já sem Cascavelletes e a posterior TNT, chamado “A Sétima Efervescência”, é uma espécie de “The Piper at the Gates of Dawn” tupiniquim. O disco de estreia do Floyd exibia uma grau de experimentalismo que Maçã buscou trazer para a música nacional. Havia, ali, um grito desesperado de inadequação, como a música “Um Lugar do C...” e “Miss Lexotan”. O trabalho, lançado em 1997, é ainda citado pela nova geração de músicos da onda psicodélica brasileira, que estourou novamente em 2015.