A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) apresenta um concerto marcado por obras alegres neste domingo (10), no Guairão. O programa abre com a famosa abertura de “O Barbeiro de Sevilha”, uma ópera-bufa do compositor italiano Gioachino Rossini bastante conhecida na cultura popular. Segue com “Till Eulenspiegel”, poema sinfônico sobre um personagem burlesco do folclore alemão escrito por Richard Strauss. E termina com a “Sinfonia N.º 8”, de Dvorák, que é considerada uma das obras mais alegres do compositor checo.
“São músicas que cativam, cada uma à sua maneira”, diz o regente titular da OSP, Stefan Geiger. “A de Rossini porque é muito leve, e é de uma ópera cômica. Till alegra porque o personagem é um brincalhão, que faz piadas. E Dvorák nos deixa feliz de uma forma mais profunda, porque você consegue perceber o bom momento em que ele estava quando fez a música”, explica.
Música com história
“Till Eulenspiegel” é um exemplo da chamada “música programática”. É um tipo de composição que tenta representar coisas extramusicais – imagens, cenas, eventos. No caso da obra de Strauss, as travessuras de Till, que acaba preso por suas gozações e vai parar na forca. A história toda é contada por Strauss por meio de motivos temático e efeitos sonoros sugestivos (por exemplo, o som do pescoço do herói se quebrando).
Este tipo de ideia foi motivo de briga entre compositores da Era Romântica, que vinham se desentendendo desde a metade do século 19 sobre várias questões musicais. Música programática contra música absoluta era uma delas. A cisma toda ficou conhecida na história da música como a “Guerra dos Românticos”, que opôs Wagner e Brahms.
Para Geiger, não era para tanto. “Strauss não transformou simplesmente o livro em música. Ele apenas usou as ideias para fazer uma obra absolutamente sua. Do outro lado, Brahms escrevia ‘só música’, mas colocava muito de suas próprias emoções e sentimentos pessoais – o que também acaba contando uma história, se você olhar bem”, explica o maestro. “A diferença não é tão grande quanto a história nos leva a achar”, diz.
Ouça um trecho de “Till Eulenspiegel”, em uma performance da Filarmônica de Berlim:
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