Ela ficou para sempre marcada como a menina certinha de “Grease” (1978), filme que protagonizou com John Travolta em que, no final, precisava radicalizar seu look para ganhar o coração do bad boy.
E Olivia Newton-John, que cantará pela primeira vez em Curitiba no próximo sábado (5), combina demais com aquela personagem até hoje.
O show que ela traz ao Guairão é uma turnê do espetáculo fixo que conduz em Las Vegas, “Summer Nights”, título inspirado na faixa mais conhecida de “Grease” – aquela do “aum-pa-pá”.
Além deste hit e de outros esperados pelo público – “I Honestly Love You”, “You’re The One That I Want”, “Physical”, “Xanadu”, entre outros, ela deve trazer a bastante pessoal “Grace & Gratitude” (2006), que lembra o período de superação de um câncer nos anos 1990.
Dia 5 (sábado), às 21h, no Guairão. Ingressos de R$ 100 a R$ 600. Mais informações no Guia.
Aos 67 anos, a britânica mantém o mix timidez e confiança, porte elegante e contido de artista escolada que começou novinha na televisão australiana. O primeiro hit veio na regravação de “If not for you”, de Bob Dylan, em 1971, em que ela jinga suavemente, dando o tom de como seriam suas performances solo eternamente.
“Xanadu” (1980) tinha a patinação e tudo, mas sua voz suave, aliada ao look loiro-lindo, mantinha sua imagem intacta.
A revolução veio em 1981 com o clipe de “Physical”, uma pérola dos anos 80 que satiriza o culto ao corpo numa estética que lembra os Trapalhões. Mas o experimento não afetaria sua persona de mocinha, que ela mantém até hoje. Foram suas atuações mais marcantes, com retornos esporádicos ao cinema vez ou outra.
Apesar de ter vendido 100 milhões de discos naqueles anos dourados, marca invejável para qualquer artista, os trabalhos de Olivia (chamada “ONJ” internacionalmente) nunca mais tiveram destaque igual.
Nos anos 1990, ela enfrentou um câncer, experiência que remodelou seus rumos. Compôs de forma autoral o álbum “Gaia”, sobre a gratidão pela vida. E passou a dedicar tempo e dinheiro ao combate à doença com a fundação de um centro de pesquisas médicas.
Olivia viveu uma fase de estilo country norte-americano, com músicas bastante suaves. Mas nada impede reivenções ocasionais, como na gravação recente de um clipe dance ao lado da filha, Chloe, que faz uma releitura de “Magic”, de “Xanadu”.
“Faço faxina, e isso ajuda”
- Helena Carnieri
Você trará ao show suas canções favoritas?
Estou fazendo minhas canções mais bem-sucedidas, acho que é o que as pessoas esperam ouvir. Vou cantar meus hits, com uma banda maravilhosa. Esse é o show que tenho feito em Las Vegas, serão as mesmas músicas. Mas poderá haver algumas surpresas.
O estilo do show é country ou mais sofisticado?
Não temos o mesmo cenário de Las Vegas, que é todo branco, mas será elegante. Não vai ser country.
Você compôs para o álbum “Gaia” em 1992. Tem composto ultimamente?
Acabo de escrever um álbum com meus amigos que deve sair mais tarde neste ano. Não posso dizer o nome ainda...
E a parceria com sua filha Chloe, deve acontecer de novo?
Acabamos de gravar um vídeo dance, está indo muito bem. Tenho certeza de que faremos algo juntas de novo.
Seu estilo me parece um misto de timidez com segurança. Como fez para manter sua identidade ao longo de tantos anos?
Isso é muito gentil. Acho que tive muita sorte na vida, muita harmonia, eu tenho meus animais, faço faxina, coisas normais da casa, e isso ajuda.
Como era para você estar diante das câmeras no início?
Eu era muito jovem, claro que é assustador às vezes. Mas eu amo cantar, e quanto mais você faz, mais segura fica.
Poderia dizer quais foram seus duetos mais significativos até hoje?
Eu diria “Suddenly” com Cliff Richard, do filme “Xanadu”. E a abertura das Olimpíadas de Sidney em 2000, com John Farnham, quando cantamos “Dare to dream”.
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Olivia Newton-John canta “Suddenly” com Cliff Richard:
“Dare to dream”, com John Farnham, na abertura das Olimpíadas de 2000:
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