O cantor Pedro Mariano apresenta novamente em Curitiba o show de seu projeto sinfônico nesta sexta-feira (10), no Pequeno Auditório do Teatro Positivo.
Acompanhado por sua banda e por uma orquestra com 19 instrumentistas de sopros e cordas dirigida por Otávio de Moraes, o artista canta músicas de compositores constantes em sua carreira, como Jair Oliveira (“Simples”), e de outros nomes famosos da música popular brasileira, como Roberto Carlos e Erasmo Carlos (“Você”), Djavan (“Faltando um Pedaço”), Ivan Lins (“Pontos Cardeais”) e Gonzaguinha (“Sangrando”).
O projeto, que deu origem ao CD e DVD “Pedro Mariano e Orquestra” (2014), começou em 2013. De lá para cá, três músicas que não entraram no registro foram incorporadas ao show: “The Shadow of Your Smile” (Johnny Mandel e Paul Francis Webster) entrou no repertório de Mariano após um convite para gravar uma homenagem ao centenário de Frank Sinatra do jornal “O Estado de S. Paulo”, somente com voz e o piano de Marcelo Elias – que completa a banda de Mariano ao lado de Conrado Goys (guitarra e violão), Luis Gustavo Garcia (baixo) e Thiago Rabello (bateria). “Por Nada e Por Ninguém”, composição de Edu Tedeschi gravada pelo cantor no álbum “8”, acabou não entrando na seleção final do trabalho. E “Risos e Memórias”, de Diego Saldanha, originalmente gravada no disco “Pedro Mariano” (2007), foi incluída a pedido dos fãs.
Na estrada, o projeto também acabou revelando vocações que não estava claras no início, conta o intérprete. Músicas de característica mais pop, como “Por Nada e Por Ninguém”, soaram bem no repertório, para a surpresa do cantor. E canções mais complexas, como “Sei Lá Eu” (de Pedro Altério e Pedro Viáfora), foram recebidas com naturalidade pelo público apesar de conter elementos musicais complicados.
Sexta-feira (10), 21h30, no Teatro Positivo. Ingressos a R$ 100 e R$ 50 (meia-entrada). Mais informações no Guia.
“[No início do projeto] acabei abrindo mão de sonoridades que, agora, começamos a perceber que funcionam muito bem”, conta Mariano. “Me dá vontade de fazer um segundo volume experimentando esses ‘sabores’ que, por algum resguardo ou conservadorismo, acabei evitando”, diz.
Para o cantor, o show tem o mérito de reunir com coesão um recorte de canções de origens diversas. “É como apresentar quadros, fotografias, grandes músicas – cada uma com suas valias individuais. Mas que nem por isso viram uma colcha de retalhos”, diz.
Novos sons
Sem lançar um disco com material novo desde “8”, de 2011, Pedro Mariano conta que já voltou ao estúdio para gravar algumas canções, mas que seu próximo trabalho ainda está totalmente a definir (ele não descarta fazer um segundo sinfônico). O músico conta que está interessado em buscar novas sonoridades e “texturas sonoras” mais ligadas à música pop contemporânea – para ele, uma estética mais “universal” que ainda precisa ser melhor explorada pela música popular brasileira.
Domínio sertanejo
O cantor diz que não se sente pressionado pela lógica do mercado da música – para ele, dominado pelo alto investimento de artistas de gêneros como o sertanejo e o funk. Neste cenário, a MPB virou um “mercado artístico paralelo”, diz Mariano. “Entreguei os pontos. Prefiro trabalhar para o que conquistei – o que não é pouco. Tenho um público fiel. Mas o volume de dinheiro que é preciso desprender [para fazer sucesso em larga escala] é proibitivo. [Os artistas da MPB] não conseguem brigar”, diz. “Rádio de MPB não recebe jabá, não recebe milhões por ano para tocar determinado artista. Os recursos são muito menores.”
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