De volta a São Paulo após 18 anos, os Rolling Stones subiram ao palco montado no estádio do Morumbi às 21h de quarta (24) para uma noite de sucessos de seus 54 anos de estrada roqueira. Abriram com “Start Me Up”, hit de 1981.
Trata-se do segundo show da parte brasileira da turnê latina Olé 2016, que começou no Rio, no sábado (20). A excursão prossegue com mais uma apresentação em São Paulo (sábado, 27) e em Porto Alegre (quarta, 2/3).
Cada plateia vai encarar seu show como o mais especial. As cerca de 60 mil pessoas que pagaram ingresso no Morumbi e explodiram de satisfação diante dos primeiros acordes da guitarra de Keith Richards vão relatar seu júbilo para o resto da vida.
Mas e o show? É bom?
Sim, é ótimo e provavelmente sempre será. Como diz o título e o refrão da segunda música da noite, é apenas rock’n’roll. O detalhe é que os Stones não são simplesmente uma banda de rock: eles são uma das poucas bandas que formataram o rock.
Eles ditam as regras, inventaram tudo. Claro que fazer show como os desta turnê, com quase 20 músicas enraizadas na memória afetiva das pessoas, é correr para o abraço. Mas eles estão caprichando.
Os paulistanos puderam ver Mick Jagger mais animado e saltitante, cantando mais forte do que no show na praia de Copacabana, em 2006. Keith Richards continua a mesma adorável criatura imune ao tempo e às drogas, repetindo com precisão, aos 72 anos, as frases marcantes de guitarra que criou nas últimas cinco décadas.
O melhor do show ficou evidente nos telões: os Stones de sorrisos francos, honestos. Não estão mais nessa aventura por dinheiro, só querem o prazer do carinho dos fãs. E o público do Morumbi correspondeu, mesmo com muita gente passando dificuldades para chegar cedo ao estádio debaixo de chuva forte.
Na hora do show, a chuva que já tinha caído mais forte seguiu mais fraca. Intermitente, chegou a parar completamente em algumas músicas.
Quando tudo vai bem, até uma canção menos famosa como “Out of Control” agrada, com Jagger dançando enlouquecido. O que dizer, então, de uma mítica como “Paint It Black” ou de um hino como “Honky Tonk Women”?
A canção escolhida pelo púbico na votação online que antecede cada show da turnê foi “Bitch”, que bateu as concorrentes “All Down the Line”, “Rocks Off” e “Shattered”.
Jagger afinou o português. Acertou a pronúncia e pôde transmitir a simpatia que marca sua carreira de frontman. Mandou até “beijinho no ombro” para o público.
Entre as surpresas da noite, as baladas “Beast of Burden” e “Worry About You”. Nas habituais duas canções que Richards canta por show, desta vez ele escolheu “You Got the Silver” e “Happy”.
A parte final da apresentação é um roteiro impecável, com canções pinçadas de várias (e ótimas) fases da banda: “Gimme Shelter”, “Brown Sugar”, “Sympathy for the Devil” (com pentagramas nos telões) e “Jumpin’ Jack Flash”.
No bis, “You Can’t Always Get what You Want” repete no palco o uso de um coral que marca a gravação original. Nos shows em São Paulo, quem acompanha é o Coral Sampa, com 24 cantores jovens, que dão o clima de “missa” para embalar uma das letras mais espirituais de Jagger e Richards.
Para fechar, a mais que óbvia “(I Can’t Get No) Satisfaction”, com os acordes mais reconhecíveis da história do rock, criados por Keith Richards em um hotel nos Estados Unidos, numa madrugada de 1965. Serve para sintetizar 54 anos de rock, muito bem representados em pouco mais de duas horas de show.
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