Os dois próximos concertos da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) acontecem no Guairão nos dias 10 e 17, às 10h30, com regência do gaúcho Tobias Volkmann, maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Os programas incluem obras de Sibelius, Wagner e Prokofiev, no dia 10; e Grieg, Tchaikovsky e Brahms, no dia 17.
É a primeira vez que o regente se apresenta com o grupo paranaense. A carreira de Volkmann, 39 anos, é recente: decolou depois de 2012, quando o músico foi um dos ganhadores de um concurso de regência importante na Finlândia. Outro prêmio, no ano seguinte, em São Petersburgo, impulsionou a atuação internacional do regente, que foi maestro assistente no Municipal do Rio até o ano passado, antes de assumir o posto principal em 2016.
Entre as marcas desta nova geração de regentes estão uma visão mais cooperativa da orquestra e uma atitude menos rígida – “menos estereotipada”, conta Volkmann. “Os novos públicos têm de ver no maestro um símbolo que aproxime, não que afaste”, explica.
No plano musical, o desafio é pensar em uma programação artística contemporânea, “menos engessada” – o que não significa necessariamente tocar música popular. “A questão é ter coragem de programar o gênero dentro de programas mais interessantes”, diz o maestro, que compara o “percurso” que procura criar em seus concertos às etapas oferecidas nos menus de grandes restaurantes. “Pretendo oferecer uma experiência de qualidade para o público. Quero que a pessoa tenha algo além de simplesmente sentar e ouvir a música”, diz.
O primeiro programa reúne obras pela temática: todas contam histórias trágicas de amor.
A apresentação abre com trechos da ópera “Pelléas et Mélisande”, baseada na peça simbolista do belga Maurice Maeterlinck (1862-1949), sobre o amor proibido entre os personagens do título. A OSP vai tocá-la em sua versão menos conhecida – a do compositor finlandês Jean Sibelius (1865-1957), originalmente criada para o teatro, segundo Volkmann.
Em seguida, a OSP toca o “Prelúdio” e a “Morte de Amor” (Liebestod), da ópera “Tristão e Isolda”, de Wagner (1813-1883) – outra tragédia amorosa, desta vez entre um cavaleiro e uma princesa.
Encerra o programa a mais famosa das tragédias do gênero: “Romeu e Julieta”, em uma seleção de trechos da suíte de balé de Serguei Prokofiev (1891-1953). “São grandes histórias de amor contadas em música”, diz Volkmann.
A inspiração do programa do dia 17 é extramusical. Surgiu depois que Volkmann regeu em Leipzig, na Alemanha, em dezembro de 2015. A cidade é importante na história da música: é onde está enterrado Johann Sebastian Bach, onde Richard Wagner nasceu e onde Robert Schumann, Felix Mendelssohn e outros passaram parte de suas carreiras.
Serviço
Guairão (R. Conselheiro Laurindo, s/nº – Centro), (41) 3304-7982.
Dia 10, às 10h30. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).
Dia 17, às 10h30. Entrada franca.
Em 1.º de janeiro de 1888, foi cenário de um episódio curioso: um jantar na casa do violinista Adolph Brodsky (1851-1929) reuniu os compositores Edvard Grieg (1843-1907), Johannes Brahms (1833-1897) e Tchaikovsky (1840-1893), que estavam na cidade por diferentes razões. “Tchaikovsky já tinha dito a algumas pessoas na Rússia que não gostava da música de Brahms e não entendia a razão de ele ser tão admirado na Alemanha e na Áustria. E Brodsky marcou o jantar sem avisar os compositores”, conta Volkmann. “Mas a noite terminou como um momento extremamente frugal. E Tchaikovsky e Grieg se tornaram grandes amigos.”
O programa reúne novamente os três compositores. Abre com “Peer Gynt Suite N.º 1, Op.46”, de Grieg, e com a abertura-fantasia “Hamlet”, dedicada por Tchaikovsky ao compositor norueguês. A segunda parte traz a “Sinfonia N.º 3” de Brahms.
O concerto do dia 17 terá entrada franca e será comemorativo aos 100 anos do Banco do Brasil.
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