Debaixo de chuva, o público esperou quase duas horas a mais na fila para entrar na Pedreira do Paulo Leminski, em Curitiba, onde acontece o show do Kiss, nesta terça-feira (21). A entrada foi tumultuada e milhares de fãs ainda aguardavam no local por volta das 19 horas. A fila se estendia pela rua João Gava, seguia pela Antônio Krainski e, em alguns momentos, chegou até a Mateus Leme.
No ingresso, a abertura dos portões estava programada para às 17 horas. No entanto, a produção do show divulgou, dias antes, que anteciparia a entrada para às 16 horas – os portões foram liberados depois das 17h30. O motivo da demora foi um problema técnico registrado durante a passagem de som da banda.
Os seguranças tiveram dificuldade para controlar o acesso dos fãs e precisaram de auxílio da Polícia Militar. O tumulto e princípios de brigas na fila fez com que a entrada fosse suspensa por alguns instantes. Depois, os fãs foram liberados aos poucos, para evitar empurra-empurra. A medida, porém, deixou o público ainda mais impaciente.
Vídeo mostra a entrada dos portões
Entre os fãs, o clima foi de expectativa ao longo do dia . A maioria (muitos deles chegaram na Pedreira ainda pela manhã) veste camisetas da banda e muitos estão usando as maquiagens clássicas do quarteto.
É o caso do estudante Renato de Almeida, 21, que vai ao show com duas irmãs, também com os rostos pintados. Ele assiste a um show da banda pela segunda vez. “É um espetáculo sem igual. É o maior show da história da música”, diz.
O pedreiro Marcos Cesar Soares, de 47 anos, é um fã tão fervoroso que aguarda na fila desde o domingo (19). “A única dificuldade tem sido ir ao banheiro”, conta. “Mas está sendo tranquilo. Vale a pena enfrentar essas dificuldades pelo Kiss”.
Soares vai ao show com o irmão e uma amiga. Mas também contou com a companhia da mãe, Lúcia, que foi até a fila para levar comida aos filhos. “Vim trazer os suprimentos para que eles fiquem fortes para curtir o show”, diz ela, que vai para casa antes de os portões abrirem. “Se eu fosse mais nova, também ficaria. Mas acho muito legal. A pessoa que gosta tem que curtir”, defende.
O empresário Zoltan Júnior, de 47 anos, chamou atenção dos outros fãs – com uma roupa e maquiagem que o transformou em praticamente um sósia do guitarrista e vocalista Paul Stanley, ele precisou parar várias vezes para fotos. Ele já viu oito shows do Kiss (nos anos 1980, teve uma banda cover), e veio ao Brasil só para a apresentação. “Ver o Kiss na Pedreira sempre foi um sonho.”
O desenhista Daniel Aranha é outro fã que já fez cover do Kiss. Ele acompanha a banda há mais de 20 anos e é o primeiro show que vai assistir, junto com a esposa, Patrícia Rodrigues, que acompanhou o marido na maquiagem. “Comecei a gostar da banda depois que conheci ele.”
Crianças
Provavelmente o mais novo da fila até o meio-dia, Otávio, de 8 anos, conta que ouve Kiss desde os 4. Sua música favorita no momento é “Psycho Circus”.
“Ele é fã do irmão mais velho, que é fã do Kiss. E ele virou fã também”, conta o pai de Otávio, Alex Mello. Ele e a esposa, Fabiane, acompanham Otávio e Guilherme, de 16. O filho mais velho é o mais apaixonado pela banda, e por isso ganhou um ingresso para o “Meet and Greet”, que dá direito a conhecer os ídolos. A família gastou quase R$ 3 mil.
“É o sonho da vida dele. Os caras já têm 60 anos. Se ele não os conhecesse agora, talvez não conseguisse mais”, diz Mello.
Acesso
A Rua João Gava, principal via de acesso à Pedreira foi bloqueada no meio da tarde. O trânsito na região era bastante intenso na região por volta das 19 horas. Agentes do Setran orientavam os motoristas.
O transporte oficial do evento, o Pedreira Bus, começou a funcionar às 15 horas com movimento pequeno, com ponto em frente ao Shopping Curitiba. A passagem custa R$ 20 (ida e volta). Estacionamentos nos arredores cobram R$ 50.
Os músicos sobem ao palco às 21 horas, depois da apresentação do grupo curitibano Motorocker.
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