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Red Hot Chili Peppers: mais do mesmo. | Divulgação/
Red Hot Chili Peppers: mais do mesmo.| Foto: Divulgação/

Eles já foram relevantes e não são mais.

O Metallica foi um dos gigantes do metal nos anos 1980. O U2 tornou-se um dos maiores nomes do pop mundial e se tornou uma das principais referências do gênero.

Guns N’ Roses levou o hard rock às paradas de sucesso e celebrizou a das vozes marcantes de Axl Rose. Red Hot Chili Peppers foi uma das primeiras bandas a fundir funk, hip hop e rock. Nos anos 2000, foi a vez dos Strokes levarem o indie rock ao topo.

Nos últimos anos, porém, esses grupos têm se limitado a lançamentos pouco inspirados, atuando no piloto automático.

Red Hot Chili Peppers

Principal nome da próxima edição do rock in Rio em 2017 — foi a banda mais pedida pelos fãs, em uma enquete feita pelos organizadores do evento na internet — o Red Hot Chili Peppers foi revolucionário quando surgiu. Misturando funk-rap-rock com a sacanagem ensolarada dos bairros de Los Angeles conseguiu se comunicar com toda uma geração numa conexão feita via MTV, além de ter influenciado milhares de bandas mundo afora.

Trinta e três anos após a fundação, o 11º álbum, “The getaway” (lançado no ano passado), mesmo produzido pelo badalado hipster Danger Mouse, pode ser definido como irrelevante. Uma palavra impensável nos primeiros momentos da banda. O disco é a cara atual da banda: no piloto automático. Servindo mais de um mesmo que não resiste à comparação com seu melhores momentos.

U2

O U2 parecia que estava compondo a trilha sonora de uma nova era mundial com álbuns como “Achtung Baby” (1991) e “Zooropa” (1993), no começo dos anos 1990. Trazendo a música eletrônica definitivamente para o centro do pop na hora certa, a banda mereceu o pomposo status de “maior banda da terra”.

Um pouco mais de vinte anos depois, o desastrado lançamento do álbum “Songs of Innocence” dado gratuitamente iTunes numa espécie de spam milionário, gerou uma repercussão negativa que faz crer que a banda tem mais haters do que fãs nos dias atuais.

Hoje, o grupo de rock formado pelos quatro irlandeses parece mais uma banda de apoio ao projeto militante de Bono Vox para salvar a humanidade com a sua onipresença e letras tolas sobre a paz mundial.

The Strokes

No começo da década de 2000, os Strokes foram recebidos como a tábua de salvação para a agonia do rock. Algo que o Nirvana e as bandas de Seattle tinham conseguido fazer na década anterior

O tempo mostrou que o quarteto descolado de malucos bem-nascidos com roupas de brechó não tinha poder de fogo para tanto. Que tantas pessoas tenham se deslumbrado com o roquinho ordinário de uma banda mediana diz bastante sobre aquela época.

A banda continua fazendo muitos shows, mas não lança material novo e nem vai, segundo as últimas entrevistas do guitarrista Albert Hammond Jr. Não tem feito muita falta.

Guns‘n Roses

A banda que vêm à Curitiba em novembro tenta se reinventar buscando no passado a força para dias melhores. Desde que se tornou o projeto solo de Axl Rose, o grupo passou a ser uma caricatura de si mesmo, fazendo shows simpáticos — como há dois anos na Vila Capanema — para fãs saudosistas e protagonizando um grande mico na produção interminável do disco “Chinese Democracy”.

A reunião do núcleo duro da banda depois de vinte anos — o guitarrista Slash e o baixista Duff McKagan ao lado de Axl, que hoje atua também como cantor contratado do AC/DC — tem sido sucesso de público apelando para a nostalgia antiquada e conservadora que, ao que parece, é mais do que nunca a meta dos empresários da indústria da música numa era de grandes festivais e reuniões suspeitas.

Não há nenhum problema em ouvir e gostar e de coisas velhas e conservadoras, se você souber que é disso que elas se tratam. E o GNR é um caso acabado. Ninguém espera material novo da banda e qualquer fã sabe que o melhor momento durou uns cinco anos, mais de duas décadas atrás.

Metallica

A banda anunciou o lançamento de seu próximo álbum “Hardwired ...To Self Destruct” para novembro. Oito anos depois do último disco “Death Magnetic”. O longo hiato não impediu que a banda seguisse na ativa, lotando festivais no mundo todo (só no Brasil, inúmeras vezes) pelo motivo que o que realmente interessa aos fãs da banda foi produzido entre 1981 e 1991. De lá para cá, bastou administrar uma bananeira que já deu seus maiores cachos.

Nos últimos vinte anos, a melhor coisa feita pelo Metallica foi protagonizar o ótimo documentário “Some Kind of Monster”, que mostra a banda trancada em um estúdio para gravar o disco “St. Anger”.

Vendo a banda de perto, sabemos que a insegurança própria do adolescente espinhento que é o fã arquetípico do Metallica é a mesma dos astros.

E também deixa claro que ninguém os forçaram a gravar música mais comercial para fugir do gueto do heavy metal. Metallica sempre quis o sucesso e conseguiu porque o planejou e executou durante uma década que acabou há 25 anos.

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