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Peter Bjorn and John. “Breakin’ Point”. Indie pop.

“Nós tratamos o álbum como 12 singles ao invés de um disco”, disse o vocalista Peter Morén em uma entrevista recente ao programa B-Sides TV, referindo-se ao álbum “Breakin’ Point”, lançado na última sexta-feira (10). Após cinco anos sem divulgar material inédito, a banda sueca Peter Bjorn and John decidiu investir pesado na composição do sexto disco, convidando produtores tarimbados nos gêneros pop e alternativo como Patrik Berger, Paul Epworth, Greg Kurstin e Emile Haynie. O resultado, que realmente pode ser descrito como “12 singles” ao invés de “um disco” - mesmo que isso soe como um objetivo superficial -, são músicas indie pop aspirantes a sucessos do ABBA, repletas de refrões grandiosos, sintetizadores, falsetes e letras românticas clichês. (Thaís Carvalho, especial para a Gazeta do Povo)

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Mogwai. Atomic. Rock instrumental

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Com mais de 20 anos de carreira, os escoceses do Mogwai seguem incansáveis. Expoente do pós-rock, gênero que funde rock alternativo com elementos do jazz, eletrônica e progressivo, a banda permanece como umas das referências mais fortes no gênero. O nono álbum, “Atomic”, é a extensão de uma trilha sonora produzida pelo grupo para um documentário da BBC, “Atomic: Living in Dread and Promise”, sobre a criação da bomba atômica e suas consequências. A escolha dos produtores do programa seguramente não foi à toa. As faixas instrumentais longas e melancólicas, cheias de camadas e ruídos, não raro soam como uma trilha para o fim do mundo. Diferente de álbuns anteriores, dessa vez as guitarras dão mais espaço para teclados que lembram as composições de Vangelis para o clássico de ficção científica “Blade Runner”. (Anderson Gonçalves)

Band of Horses. Why Are You OK. Indie rock

Para o grande público, o Band of Horses é conhecido como autor do hit “The Funeral”, que foi parar na trilha sonora de um punhado de filmes e seriados. No meio indie, a banda americana é um nome altamente respeitado, por fazer músicas que, alternando melancolia e guitarras potentes, ganham uma roupagem pop. “Why Are You OK”, quinto álbum da banda, reforça esse talento e mostra amadurecimento. A faixa de abertura, “Dull Times/The Moon”, se divide entre momentos de calmaria e fúria, ditando assim o tom do restante do disco. Enquanto “Solemn Oath” e “Casual Party” têm uma levada mais ensolarada, “Hag” evidencia o lado mais sombrio do grupo. “In a Drawer” conta com a participação especial do lendário J. Mascis, do Dinosaur Jr. (AG)

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Paul McCartney. “Pure McCartney”. Pop-rock.

Na era da música digital, e principalmente da popularização do streaming, coletâneas de hits não fazem muito sentido. Na prática, são como playlists oficiais, ou “mixtapes” que qualquer um teria as ferramentas para montar por conta própria. No caso da recém-lançada compilação “Pure McCartney” – ou pelo menos no caso da versão digital, já que os formatos físicos vão do CD duplo até o vinil quádruplo nos EUA –, o interesse está justamente no recorte pessoal, feito pelo próprio Paul. O ex-Beatle selecionou 67 canções de sua carreira solo. Na apresentação da coletânea, o músico diz que a ideia era juntar faixas com o objetivo de divertir, nada mais. Um disco para ouvir “talvez numa longa viagem de carro”, sugere. Tem desde canções do primeiro álbum solo de Paul, “McCartney” (1970), até a canção “Hope for the Future”, que ele fez para o videogame “Destiny”. Não há muito o que discutir a respeito da qualidade das canções. Dê a partida e aperte play. (Rafael Rodrigues Costa)

Wagner Barreto (homônimo). Sertanejo.

Wagner Barreto, o paranaense de Porto Rico que venceu o “The Voice Kids”, lançou o primeiro CD. O álbum leva o nome do cantor, que tem 15 anos, e inclui todas as músicas que ele cantou durante o programa da TV Globo entre 3 de janeiro e 27 de março, com os mesmos arranjos dos episódios. Tem desde “Índia”, de Cascatinha e Inhana, que o garoto apresentou nas audições do programa, até “Disparada”, de Theo de Barros e Geraldo Vandré, que Wagner interpretou na grande final. Os “técnicos” do cantor, Victor & Leo, participam da versão de Wagner para “Tem que ser você”, hit da dupla. (RRC)

Rapha Moraes & The Mentes. “Corações de Cavalo”. Rock.

O cantor, compositor e multi-instrumentista Rapha Moraes, ex-integrante das bandas curitibanas Poléxia e Nuvens, lançou na última segunda-feira (13) um novo álbum, “Corações de Cavalo”. O trabalho sai sob o nome artístico Rapha Moraes & The Mentes, que inclui o guitarrista Allan Yokohama, produtor do disco junto com Moraes, e os músicos Amandio Galvão (guitarra), Juninho Júnior (bateria) e Marcos Nascimento (baixo e percussão). “Corações de Cavalo” foi criado ao longo de mais de um ano durante uma “imersão” do músico em uma chácara em São Luiz do Purunã, depois de um período em que o músico morou em São Paulo. O lugar, longe da cidade e mais perto da natureza, faz parte do conceito do trabalho, que – com uma estética mais “artesanal” e suja – propõe “um reencontro com o ‘eu primal’ de cada um”. (RRC)

Bixiga 70. “The Copan Connection”. Dub.

A fim de celebrar o Record Store Day - dia criado em 2007 para afirmar a cultura do vinil - os paulistas do Bixiga 70 entregaram algumas faixas de seu último disco “III” (2015) nas mãos do produtor nova-iorquino Victor Rice, sujeito estudioso da sonoridade jamaicana dos anos 60 e 70. O resultado é o disco “The Copan Connection”, batizado em referência ao edifício Copan, em São Paulo, onde fica o estúdio usado na produção. Com versões desenvolvidas a partir da estética vanguardista do dub, o álbum é inteiro sublinhado por ecos, reverberações e texturas. Em comparação com o disco anterior, há correspondências essencialmente melódicas e rítmicas entre as faixas homônimas, que tem nas referências afro-brasileiras pontos em comum. A dessemelhança está naquilo que se pode fazer nos processos de mixagem e masterização. A opção por fronteiras mais sutis criou uma paisagem sonora mais homogênea, psicodélica e, às vezes, etérea. Se o disco “III” (2015) provoca pela energia tribal e dançante, “The Copan Connection” faz qualquer um viajar pelo espaço. (Braian Boguszewski, especial para a Gazeta do Povo)