
O foco da apresentação era o samba. Aliás, o próprio nome da apresentação de Alcione em Curitiba no último sábado, 24, no Guairão Eterna Alegria faz menção ao último trabalho da cantora, um CD voltado ao ritmo tipicamente brasileiro. Sem dúvida, as canções de batuque agitaram a plateia que lotou o teatro, mas eram as antigas músicas, mais melódicas e românticas, que fizeram o público delirar.
Bastavam os primeiros acordes de sucessos como "Além da Cama", "Estranha Loucura", "Você Me Vira a Cabeça" ou "O Que Eu Faço Amanhã", para os fãs enlouquecerem. Gritavam quase histéricos e entoavam a música num coro só, sentindo cada palavra cantada, como se relembrassem do momento de "fossa" ou "dor de amor" que viveram e de que a música foi trilha sonora.
E o coral não tinha idade definida. Jovens e moças se misturavam a casais de meia-idade ou senhores e senhoras que acompanham Marrom nos mais de 40 anos de carreira. Todos num clima só e bem à vontade. Aliás, a simpatia e o jeito simples da artista pareciam dar ao público mais segurança, uma certa intimidade. Aos poucos, os fãs estavam gritando frases inteiras nos breves períodos de silêncio, entre uma música e outra: "Alcione, eu trouxe um tercinho para você! Posso ir aí te entregar?" Alcione assentia e lá estava a fã, de joelhos na frente do palco, entregando o presente.
No repertório, além dos antigos hits e músicas do disco recém-lançado, Marrom cantou João Nogueira, Benito de Paula e fez uma homenagem a Emílio Santiago. Para encerrar, transformou o palco em Marquês de Sapucaí e, a caráter (de verde e rosa), puxou sambas-enredo da Mangueira. Uma festa boa dada por quem sabe ser anfitriã.
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