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Natimorto: texto protagonizado nas telas por seu próprio criador, Lourenço | Divulgação
Natimorto: texto protagonizado nas telas por seu próprio criador, Lourenço| Foto: Divulgação

Diz-se que a adaptação de um livro para as telas pode, e deve, desrespeitá-lo para ser cinema de fato. No caso de Natimorto (confira trailer, fotos e horários das sessões; atenção à data de validade da programação em cinza), que estreia hoje, no Unibanco Crystal, o diretor Paulo Machline não teve problemas com o texto original, escrito por um autor, Lourenço Mutarelli, que circula com desenvoltura pelo universo do cinema, do teatro e dos quadrinhos.

Já transposto para os palcos pelo londrinense Mario Bortolotto, o romance em formato de texto teatral torna-se ainda mais lúgubre protagonizado nas telas pelo seu próprio criador.

Mutarelli dá a materialidade exata ao Agente, seu alterego, um homem deprimido e em crise conjugal que se apaixona, como último recurso, pela Voz, uma cantora lírica vivida por Simone Spoladore – cujo canto só pode ser ouvido por pessoas sensíveis. Ele tenta convencê-la a viver confinada em sua companhia em um quarto de hotel, onde se passa toda a história, enquanto fuma loucamente e se entrega à depressão.

Sem muitos acontecimentos, o diretor explora as cores frias, o figurino e cenário retrôs e o close em detalhes, como a boca de Spoladore, a fumaça do cigarro (elemento fundamental do enredo) e os padrões do tapete do quarto de hotel para narrar esta história, que se fundamenta na peculiaridade do discurso do personagem masculino.

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