Do Rio, MV Bill toma as ruas de novo com um fresquíssimo disco autoral, Monstrão (selo Chapa Preta). É o sexto álbum de MV Bill sedimentando uma carreira de 20 anos do rapper, escritor, cineasta, ator e ativista que começa em 1992 (ele só conseguiu lançar o primeiro disco em 1999).
Em São Paulo, Emicida edifica novas fundações para o rap com o novíssimo álbum O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui (Lab_Fantasma), breve nas lojas. É o seu primeiro trabalho oficial de estúdio, após duas mixtapes e dois EPs. Já tem três músicas lançadas: Crisântemo e Hoje Cedo, com clipes, e Zoião (da trilha da novela Sangue Bom, da TV Globo).
Dois discaços, cada qual no seu quadrado. MV Bill é mais carudo, apesar de seu disco representar praticamente uma "chicobuarquezação" do rap - a voz feminina é a mais forte do trabalho.
Musicalmente, Emicida destroça, emparelhando forças com Quinteto em Branco e Preto, Tulipa Ruiz, Wilson das Neves (que ele convoca chamando respeitosamente de "Seu" Wilson), Fabiana Cozza entre outros.
MV Bill falou à reportagem sobre o álbum. Emicida estava enrolado com gravações em Nova York com o rapper e amigo Rael (que participa do novo disco de Emicida, na faixa Levanta e Anda) e com o grupo Meta and the Cornerstones, uma banda de senegaleses que misturam rap com reggae. Mas seu novo trabalho chega à rede todo dia, em partes.
Bill concorda que tenha exacerbado o lado feminino no seu trabalho. "Uma coisa que me incomoda é que no hip-hop, às vezes, meus pares acabam cometendo uns crimes de preconceito. É algo que a gente luta bastante para extirpar de dentro do hip-hop. O espaço dedicado às mulheres dentro do rap é secundário, fazendo backing vocal para alguma banda, fazendo pano de fundo", afirmou. "Nesse disco, minha irmã Kamila CDD ocupa um papel crucial em músicas de maior destaque do disco, como O Soldado que Fica e Estilo Vagabundo Parte Três. Ela enfrenta uma imagem totalmente repressora do comportamento masculino."
Bill também investe contra outros dogmas do gênero. Como em Eu Vou, que se desenvolve sob um sample de Caetano Veloso cantando Alegria Alegria. "O Caetano teve de usar uma metáfora para dar o nome à música, na época da ditadura. Daí, quando o DJ Luciano, parceiro de São Paulo, que mistura muito rap com música brasileira, me mandou essa base, eu fiz essa brincadeira com o rap. Que tem essa coisa de não poder ir à mídia, de não poder ir à TV, de não poder falar com um jornal como o seu, coisa que eu acho uma tremenda besteira", explicou Bill.
MV BILL - Monstrão Chapa Preta, R$ 30
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