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A maratona do Festival de Teatro de Curitiba chega hoje ao sétimo dia e algumas peças já começam a se destacar na opinião da crítica que cobre o evento, tanto na Mostra Oficial como no Fringe. A mostra paralela é a mais complicada de se avaliar pelo grande número de espetáculos programados – este ano são mais de 200. Acompanhar tudo é impossível, mas alguns jornalistas se arriscam a assistir mais de três montagens por dia – e arriscar é o termo correto, pois a tarefa é como um tiro no escuro.

"Com essa quantidade fica difícil acompanhar um repertório de peças que tenha real representatividade", diz a paulista Marici Salomão, que está escrevendo para o tablóide sobre o FTC 2006 Diário Aqui. Até ontem pela manhã, ela já havia visto mais de 20 peças, todas do Fringe, destacando apenas três delas: a gaúcha Borboletas de Sol de Asas Magoadas, a mineira Cinema e a curitibana Fando e Lis. "Gostei da concepção e direção de Maurício Vogue em Fando e Lis, apresentando elementos surreais, quase dadaístas. É um boa adaptação do texto de Fernando Arrabal", comenta.

Borboletas... e Cinema parecem ser unanimidades, sendo citadas por todos os críticos entrevistados pela reportagem. A primeira, que fica em cartaz até o fim do festival no Solar do Barão, tem como personagem central um travesti (vivido pela atriz e diretora Evelyn Ligocki), que recebe os espectadores em sua "casa" para contar os detalhes de sua vida. "Evelyn está ótima e desenvolve um tema muito importante, aproxima as pessoas do travesti, que é sempre considerado um pária social", aponta Miguel Anunciação, do jornal mineiro Hoje em Dia.

Para Daniel Schenker Wajnberg, da Tribuna da Imprensa (RJ), Cinema tem como destaque a direção de Anderson Aníbal. "Ele continua mantendo sua proposta estética, desenvolvendo um trabalho de pesquisa centrado nos personagens, com um olhar sobre as relações afetivas", observa. A peça, que já encerrou sua temporada no Fringe, apresenta pessoas tomando decisões em momentos marcantes da vida.

Os jornalistas fizeram menção a várias montagens apresentadas na Mostra Oficial, com destaque para a carioca Otelo na Mangueira e o tradicional grupo mineiro Galpão com Um Homem é um Homem. "O Galpão trouxe um espetáculo clássico no sentido da direção e concepção, com ótimas atuações e cenografia muito elaborada", avalia João Nunes, do Correio Popular, de Campinas. Despertam a expectativa dos críticos as montagens Amores Surdos, Sonho de um Homem Ridículo, Hygiene, Oração Para um Pé de Chinelo e A Mulher Desiludida, que ainda estão em cartaz ou irão estrear no FTC.

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