O produtor Luiz Oscar Niemeyer| Foto: Divulgação

São mais de 20 anos de trabalho à frente da produtora que trouxe ao Brasil megashows como U2, Coldplay, Rolling Stones, Elton John, Bob Dylan e Eric Clapton. Entre 2007 e 2008, fez com que Titãs e Paralamas do Sucesso dividissem o palco em uma turnê nacional. E tirou os Los Hermanos de um hiato de dois anos sem apresentações ao vivo.

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Com este currículo, existe algum nome que ainda possa "assustar" Luiz Oscar Niemeyer? Talvez um: Paul McCartney.

"É uma pessoa muito afável, atenciosa. Homem gentil, simpático, bem humorado e brincalhão. Mas não tem jeito. Na frente de Paul McCartney, todo mundo treme", conta Niemeyer, produtor responsável pela miniturnê que o ex-beatle faz no país este mês. E acrescenta: "É um cara simples, sem frescuras".

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Também contratante de Paul nas outras duas ocasiões em que o músico se apresentou por aqui, ele conta que o sonho de trazer o cantor mais uma vez começou há, pelo menos, cinco anos. Mas foi só em 2010 que as negociações realmente engrenaram: "Diria que foi um ano de muita conversa e troca de ideias. Finalmente a gente conseguiu concluir tudo isso em meados de setembro".

Rio de fora

A única nota triste é em relação ao Rio de Janeiro. Assim como em 1993, a cidade que colocou o cantor no livro dos recordes como a maior plateia de todos os tempos em estádio para um artista solo (estimadas 184 mil pessoas), não verá a turnê Up and Coming. Segundo Luiz Oscar, a impossibilidade deu-se por conta do fechamento do Maracanã. O estádio passa por reformas em virtude da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, que serão realizadas na cidade.

"Quando a coisa tomou forma, o Maracanã já estava fechado. E entendemos que não há outro espaço no Rio para abrigar este tipo de evento. Tínhamos um tempo muito curto para tomar a decisão", lamenta Niemeyer, que considera o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, uma alternativa pouco viável.

"É um local novo na cidade, que ainda está se consolidando. O fato é que as pessoas ainda não têm o hábito de ir até lá por questões como estacionamento e localização, por exemplo. Não é uma crítica, apenas uma constatação. Acho que o Engenhão ainda não faz parte da vida do carioca", comentou.

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Perguntado sobre como se dá o início do processo de negociação para um show deste porte, Luiz Oscar solta uma gargalhada nervosa ("Como é que começa? Ai, meu Deus do céu!") antes de resumir a maneira bem-sucedida com a qual costuma trabalhar.

"Informação é a primeira coisa. A gente começa observando a agenda dos artistas: se estão na estrada, se estão fazendo shows, essa coisa toda. Depois, através da nossa rede de relacionamentos na indústria, começam as conversas. Costumamos elaborar as propostas em cima do que achamos interessante para os músicos no Brasil dentro de um período de tempo em possamos contar com ele. A partir daí, entramos em uma negociação artístico-comercial.

Geralmente é assim que se conduz a negociação", explica o produtor.

Expectativa e ansiedade

Apesar da experiência no ramo, Luiz Oscar diz que é vítima constante da "ansiedade pré-show" nos dias que antecedem cada apresentação. Mas afirma que as expectativas mais positivas são sempre correspondidas. Foi o caso da apresentação em Porto Alegre, no último dia 7, que reuniu 50 mil pessoas no estádio Beira-Rio.

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"As impressões foram as melhores possíveis. Foi um show histórico, antológico, maravilhoso, uma noite em que Paul estava superinspirado. Musicalmente foi perfeito, e a reação do público, maravilhosa. Para as noites em São Paulo, estamos com o mesmo pensamento", ressaltou.

Sobre uma possível viagem turística de Sir Paul pelo Brasil após os compromissos profissionais, Luiz Oscar é reticente. Acredita que é possível, mas destaca que o fato não será divulgado."Paul chega a São Paulo sábado. Só saberemos a programação quando ele estiver aqui. Pode ser que vá ao Rio mas, se o fizer, pode apostar que vai ‘na moita’. Por razões de segurança, essas coisas nunca são divulgadas", concluiu.