Santoro estrela Não por Acaso
Em cartaz nos cinemas de Curitiba desde ontem, a produção brasileira Não por Acaso é a aguardada estréia de Phillippe Barcinski em longas-metragens, depois de uma carreira premiada na direção de curtas. Com a proposta de fazer um cinema popular de qualidade, o cineasta conta a história de dois homens que levam a vida regrada por métodos. Um é jogador de sinuca (Rodrigo Santoro) e o outro é engenheiro de trânsito em São Paulo (Leonardo Medeiros). O primeiro tem seu mundo bagunçado quando passa a conviver com a filha adolescente depois da morte da mãe. O segundo abandona o luto da namorada e a insegurança profissional para experimentar uma relação inesperada. Nos dois casos, eles são confrontados com o caos da vida cotidiana. GGG1/2
O primeiro erro na comédia Totalmente Apaixonados, que estréia hoje em Curitiba, já aparece no título que o filme recebeu no Brasil, pois tudo o que os personagens do filme não estão é realmente apaixonados. Pelo menos não os masculinos, real foco da produção, como indica seu título original, Trust the Man, algo como "confie no homem". O erro confirma a velha mania das distribuidoras tapuias, que acham que todo filme romântico tem de ter título com palavras que lembrem amor (e dá-lhe Terapia do Amor, O ABC do Amor, Totalmente Apaixonados...).
A fita de Bart Freundlich, também responsável pelo roteiro, trata do relacionamento de dois casais, mas precisamente da incapacidade dos homens conseguirem ser o que suas respectivas parceiras esperam. Tom (David Duchovny, o eterno Fox Mulder do seriado Arquivo X) deixou de lado a carreira na publicidade para virar dono de casa, cuidando dos filhos enquanto a mulher Rebecca (Julianne Moore, de As Horas) brilha como atriz de cinema e teatro. Mas ele se ressente da escolha e vive frustrado com a vida monótona que tem, de levar o filho mais velho na escola e voltar para casa para cuidar da filha menor. A sua relação sexual com Rebecca também o decepciona, pois queria transar muito mais vezes com a mulher, às vezes pouco disposta a se render a suas fantasias. As decepções o afastam cada vez mais da atriz, que espera que ele seja apenas um bom marido quando ela chega em casa, cansada do trabalho.
O outro casal é formado por Tobey (Billy Crudup, de Quase Famosos) e sua namorada Elaine (Maggie Gyllenhaal, de As Torres Gêmeas). O relógio biológico da moça despertou e ela quer casar e ter filhos. Mas o parceiro se recusa a crescer e assumir responsabilidades passa boa parte do dia dentro do carro que adora com seu laptop, navegando na internet, entrando em chats com nickname assman203, o que revela sua verdadeira idade emocional.
O que vem a seguir segue a cartilha das comédias românticas, com separações e retornos, e algumas pitadas de humor. Não há qualquer problema em repetir alguns clichês desse gênero de cinema. A dificuldade está em apresentar a temática batida de forma diferente, com uma trama especial, personagens interessantes. É exatamente o que não consegue Freundlich, que desperdiça o bom elenco que tem nas mãos com um roteiro fraco, atirando para vários lados sem conseguir empolgar em nenhum momento, nem mesmo nas cenas engraçadas. Para complicar ainda mais, o final feliz é daqueles constrangedores, digno dos piores filmes "água com açúcar".
Os atores fazem o que podem, e se o filme vale alguma coisa, é por eles, principalmente a grande Julianne Moore, que na vida real é esposa de Freundlich e tenta dar aquela força para o maridão. Crudup e Gyllenhaal são bastante prejudicados, pois seus personagens são os mais estereotipados. Já Duchovny até se sai bem, mas segue sem acertar uma no cinema desde o término de Arquivo X, mostrando que continua não sabendo escolher seus projetos na tela grande. GG
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