Ir ao museu sozinho é muito diferente de ir acompanhado. Para quem gosta de comentar imediatamente suas impressões, como eu, foi uma sorte encontrar hordas de estudantes que chegaram comigo para visitar as obras da Bienal no MON. Eles eram tão entusiastas e se divertiam tanto que, lá pelas tantas, percebi que estava observando o grupo, e não as obras. Aproveitei para me imiscuir entre eles e ouvir as explicações dos guias.

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Bienal convida o público a interagir com obras de arte

Mostra trouxe obras que usam de alguma forma a luz e geram experiências interativas e divertidas. Mas a arte pode servir para isso mesmo?

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“A, isso, sim, eu admito que é arte”, soltou uma adolescente ao entrar na sala que expõe o diálogo arte-ciência de Helga Griffiths, “Identity Analysis”. Presos a redes, tubos de ensaio contêm fluoresceína, líquido que brilha sob a luz ultravioleta. Brilhavam também os dentes e o boné alaranjado de um dos meus colegas de visita, o que não deixei de fazer notar a ele.

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Fiquei imaginando por que não seria arte, para aquela garota, “In.visible”, de Jeongmoon Choi, exposta na sala anterior, com fios fluorescentes que simulam hologramas geométricos.

Museus precisam de arte divertida

Mesmo que a relação do espectador com as obras não aconteça do jeito ideal, ainda assim há uma função para a arte que “simplesmente” diverte, de acordo com especialistas

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Em meio à multidão você não tem tanta liberdade para parar e observar uma obra de perto. Mas meus colegas, mais intrépidos, tiveram coragem de se ajoelhar e até deitar no chão para olhar dentro dos olhos das impressionantes esculturas de Lars Nilsson.

Subindo para o Olho, fui confrontada com o medo da enxaqueca, que está sempre à espreita em situações de luz vibrante em movimento. Que é justamente o mote das obras espalhadas pela caixa escura no topo da torre do museu.

Na entrada de “Lumière en Vibration”, o guia dá o alerta: alguém aqui tem labirintite? Dei meia-volta. Pense no título: luz em vibração. Não é para mim.

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