• Carregando...

Dois dos mais importantes escritores americanos vivos, John Irving e Stephen King, pediram encarecidamente a J.K. Rowling, que ela não mate o fictício menino-bruxo Harry Potter no último livro da série sobre ele, mas Rowling não prometeu nada.

- Estou fazendo figas para Harry - disse Irving em coletiva conjunta à imprensa que antecedeu uma leitura pública beneficente feita pelos três escritores no Radio City Music Hall, em Nova York.

O autor de "O Mundo Segundo Garp" e uma série de outros best-sellers disse que ele e King se sentem como "bandas que abrem o show" para Rowling, que está trabalhando no sétimo e último livro da série Harry Potter e já anunciou que dois personagens vão morrer.

King, que saltou para a fama em 1974 com "Carrie, a Estranha", disse confiar que Rowling será "justa" com seu herói.

- Não quero que ele caia nas cataratas Reichenbach - disse King, fazendo referência à tentativa de Arthur Conan Doyle de matar o fictício detetive Sherlock Holmes. A pressão dos fãs acabou levando Conan Doyle a ressuscitar Holmes: mais tarde, descobriu-se que ele tinha sobrevivido à queda.

A britânica Rowling, cujos livros já venderam mais de 300 milhões de cópias em todo o mundo, disse que está adiantada no processo de escrever o livro final.

- Me sinto libertada - disse ela. - Agora posso conduzir a história à sua resolução, e está sendo divertido de uma maneira que não era antes, porque já cheguei à minha resolução. Acho que algumas pessoas vão amar e outras vão odiar, mas é assim que deve ser. Estamos trabalhando para chegar ao final que sempre planejei, mas dois personagens que eu esperava que sobreviveriam morreram, enquanto um foi poupado - disse sem dar maiores detalhes.

Rowling disse que não gostou de matar o personagem importante que morreu no sexto livro, por respeito a quem ainda não o leu, ela evitou citar o nome dele, mas disse que as convenções do gênero exigiam que o herói seguisse seu caminho sozinho.

- Compreendo porque um autor pode querer matar um personagem, do ponto de vista de não permitir que outros continuem escrevendo depois de o autor original morrer - disse ela, deixando aberta a porta aos piores temores de alguns fãs: que o próprio Harry possa morrer.

Stephen King recordou que, quando fez um personagem matar um cão a chutes, em seu livro "A Zona Morta", recebeu um número enorme de cartas de queixas, para espanto seu.

- Eu criei aquele cachorro. Era um cão falso, um cão fictício, mas as pessoas se envolvem muito, muito - disse ele.

Rowling observou que John Irving já matou muito mais personagens do que ela.

- Quando os fãs me acusam de sadismo, coisa que não acontece com muita frequência, sinto que, de alguma maneira, eu os estou preparando para lerem os livros de John e Stephen. Acho que eles precisam ser preparados, ser endurecidos de alguma maneira. É um mundo literário cruel que existe aí fora.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]