Como o senhor tomou conhecimento da história narrada no livro?
Fiquei sabendo da história por alto, ouvindo-a de outros cineastas em festivais. No meio cinematográfico ela é bem conhecida, porém, sem muitos detalhes. Fiquei intrigado com isso durante anos antes de me debruçar sobre o assunto. Somente quando sentei para pesquisar detalhadamente fiquei sabendo de todas as coisas que fazem a história tão incrível.
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Leia a matéria completaA Coreia do Norte é um dos países mais fechados do mundo. Como o senhor conseguiu as informações necessárias para o livro?
Fiz o possível para consultar todas as fontes disponíveis. Visitei o país, conversei com desertores, entrevistei pessoas envolvidas no caso que ainda estão vivas, desde a própria Choi Eun-hee até agentes da CIA e do FBI. Li tudo que havia para ler e assisti a tudo que havia disponível para ver. Mesmo em um país fechado, há muita informação por aí e é até mais fácil de certa forma: é um mundo pequeno e uma história que aconteceu somente há cerca de 40 anos, então é possível verificar os detalhes muito mais facilmente do que se estivesse escrevendo uma história passada em uma época mais distante.
O governo norte-coreano foi consultado sobre o livro?
Não. Eu não sei o que eles pensam ou mesmo se têm conhecimento do livro. Presumo que estão a par de tudo que é escrito sobre os Kims, mas não fiquei sabendo de nenhum tipo de reação.
Shin Sang-ok e Choi Eun-hee contribuíram de fato para a evolução do cinema norte-coreano ou serviram apenas para promoção política?
Eles contribuíram de forma significativa. Seus filmes representaram um grande avanço em relação ao que era feito na Coreia do Norte. Mas foi uma contribuição que se encerrou quando eles fugiram do país. King Jong-il percebeu que a liberdade dada a eles ajudou a quebrar as regras e também sua autoridade. Então ele simplesmente eliminou-os da história oficial da Coreia do Norte e, claro, não permitiu que outros cineastas repetissem o que havia sido feito.
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