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A francesa Marine Vacth foi descoberta, aos 17 anos, por um olheiro de agência de modelos em Paris. Em poucos meses, era dirigida por Darren Aronofsky ("Cisne Negro") em um comercial da marca Yves Saint Laurent e desfilava ao redor do mundo. Mas nada a preparou para a recepção que teve em Cannes ontem. Após a exibição de "Jeune et Jolie", de François Ozon, Marine era o nome na boca de todos os jornalistas -homens e mulheres. Ganhou perfil no "Le Monde" ("Ela está na boca de todos") e foi eleita "a face e o corpo de Cannes" pelo português "República". "Não quero nem pensar no impacto de Cannes", diz Marine, que faz várias cenas de nudez e sexo ao viver uma prostituta de 17 anos. "Eu tinha algumas questões sobre as cenas de nudez. Mas eu sabia que François não lançaria um olhar pervertido nelas." De olhos verdes e cabelos loiros desarrumados, Marine, agora com 23, é oposto de sua personagem insaciável e energética. Fala baixo e procura ajuda no francês ao conversar em inglês. "Acho que a única semelhança é o fato de ter meu mundo e manter uma certa distância de todos. Sou desconfiada", confessa. Mas há outra semelhança. Ela passa uma melancolia no olhar, como descreveu Ozon: "Em seus olhos, eu podia ver que havia um mundo inteiro ali. Um mistério e uma tristeza que eram exatamente o que procurava no meu filme". Sobre as comparações que recebeu com a "Bela da Tarde" Catherine Deneuve, musa sexual de Buñuel, Marine reclama secamente: "Não sou Catherine Deneuve. Quero ser eu mesma e não seguir os passos dos outros".

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