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Um picadeiro em decadência é o cenário para canções e causos da dupla caipira | Ana Chris/Divulgação
Um picadeiro em decadência é o cenário para canções e causos da dupla caipira| Foto: Ana Chris/Divulgação

Estreia

As Mocinhas da Cidade

Teatro Lala Schneider (R. Treze de Maio, 629), (41) 3232-4499. Estreia hoje, às 21 horas. Sexta-feira e sábado, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. Até 23 de março. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada) com desconto na compra pela internet. Classificação indicativa: livre.

Difícil achar um tema de maior carisma para o curitibano. A Cia. Máscaras de Teatro aborda em As Mocinhas da Cidade a vida e a música da dupla Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, que se apresentaram no rádio a partir do fim dos anos 1930 com suas canções caipiras e humor cotidiano e chegaram a pegar os primórdios de nossa televisão regional.

Para contar essa história, o grupo baseado no Teatro Lala Schneider instala sua trama num circo em dificuldades financeiras. Para tentar solucionar os problemas econômicos, os integrantes passam a recordar a trajetória daquele que é considerado pelo diretor João Luiz Fiani como o "maior empresário cultural do Paraná".

Salvador Graciano não era um legítimo caipira, mas assumiu o personagem Belarmino quando abriu seu próprio circo, no terreno de casa – já que a família não permitira sua entrada para uma trupe. Conheceu Júlia Alves, a quem deu a alcunha de Gabriela, aos 15 anos. Juntos, formariam a dupla que inspira ainda hoje quem deseja viver da arte por aqui. (Primeiro, Nhô Belarmino tentara a parceria com uma irmã, mas ela se casou e não achou "direito" para uma senhora manter carreira artística.)

A ascensão dos dois artistas, que chegaram a ter cinco casas noturnas no centro de Curitiba em seu auge, conforme Fiani, é relatada pelos personagens da peça, pontuando o conto com 13 canções da dupla – a mais famosa sendo a que dá nome ao espetáculo. Alguns dos atores tocam instrumentos ao vivo, incluindo uma sanfona que pertenceu a Belarmino, e três violas. No enredo, a recordação dessa história de sucesso se mostra tão útil quanto o próprio artista era, em vida, na recuperação de circos em decadência – documentário sobre a dupla realizado por Geraldo Pioli mostra que Belarmino era até chamado de "salva-circo".

O elenco se reveza no papel da dupla prestigiada. "Cheguei à conclusão de que todo artista que ama a profissão é um pouco Nhô Belarmino e Nhá Gabriela", emociona-se Fiani, que chega a ver no comediante um precursor do humor stand-up no Brasil.

"As piadas que eles contavam eram coisas ingênuas, provocações pessoais do casal", lembra o diretor Marino Jr.

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