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Na cena local, a Pão de Hamburguer é conhecida porque, além do nome peculiar, faz um rock franco, sem lero-lero. Três guitarras no talo, um baixo vigoroso e as madeixas compridas dos piás curitibanos reforçam a sensação de se estar ouvindo alguma banda decididamente setentista, ainda que surja, aqui e ali, um bem-vindo experimentalismo. Mas o lançamento do clipe de "Rio Negro", hoje à noite no Teatro do Paiol, é uma espécie de confissão de que ultimamente as coisas andam diferentes para Gabriel Fausto (guitarra e voz), Joel Rocha (guitarra), Leonardo Bokermann (guitarra), Bruno Fróis (baixo) e Rennan Fróis (bateria). Veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo.
Com quase seis minutos, a nova música é um miniépico country. Violão doze cordas, bandolim e trompete dão vida à viagem de dois compadres que se enfurnam pelas estradas do litoral do Paraná. "Até arranjarem confusão num bar e saírem fugidos em direção à Guaraqueçaba", conta Gabriel Fausto, autor da saga litorânea.
Gravado em uma semana durante o mês de fevereiro, o clipe foi produzido pela Hand Jab Studios. Os músicos atuam como eles mesmos, tocando em uma birosca à beira da estrada. "Os capangas, deixamos a cargo dos nossos pais, que acreditamos serem feios o suficiente para a função", delata o músico.
E é revivendo o passado que a Pão de Hamburguer planeja seu futuro. "Ao contrário dos piás de prédio, nós somos piás do mato. Passamos a nossa infância nestas terras, andando de cavalo, fugindo de boi, pescando. Acredito que nosso som crescerá ainda mais nesse sentido", analisa.
O show irá contemplar faixas dos dois EPs já lançados pela banda. E, além de "Rio Negro", outras duas músicas novas "Nas Encostas" e "Máfia Chinesa" também darão pistas sobre o caminho da Pão. Será a primeira vez do quinteto curitibano no Paiol. E o conteúdo da nova composição, somada ao mítico teatro, criam uma espécie de "paranismo momentâneo". "Não podíamos lançar o clipe em lugar melhor", diz o baterista Rennan Fróis. Durante a apresentação, também haverá projeções "psicodélicas" da artista visual Camilla Borio Di Lucca.
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