Começou cedo a folia nas ruas do Rio neste sábado. Antes das 9h, já começava a aglomeração de foliões ao longo da Avenida Rio Branco a principal do Centro, por onde passa o Cordão do Bola Preta, um dos mais tradicionais e populares blocos da cidade. A expectativa é que de 2 milhões a 2,5 milhões de pessoas passem pela avenida.
Neste ano, a Prefeitura do Rio prevê que 6 milhões de foliões deverão acompanhar os 492 blocos autorizados a desfilar. De sábado até a quarta-feira de cinzas, haverá 357 apresentações, num movimento de crescimento exponencial na última década que transformou o carnaval do Rio, atraindo cariocas que antes viajavam e turistas do Brasil e do exterior.
No Cordão do Bola Preta, foliões de todas as tribos e idades se divertiam. As fantasias pretas e brancas predominavam, mas também era possível ver homens vestidos de mulher, famílias com carrinho de bebê e grupos de amigos com "uniformes" alusivos ao Bola Preta.
"Há seis anos a gente vem ao Bola Preta com a camisa que criamos", contou o aeroportuário Fernando Ribeiro, frequentador do bloco há cerca de dez anos, próximo de um grupo de cinco amigos. Ao seu lado, uma marinheira de primeira viagem: sua namorada, Isadora Peres Nunes, na expectativa pela folia na multidão. "O carnaval no Rio está cada vez mais cheio, mas só viajei para fora da cidade duas ou três vezes no feriado", completou Ribeiro.
Com o crescimento da folia nas ruas do Rio, o movimento dos turistas se inverteu. A administradora Thiara Freitas da Silva, veio de Castelo (ES) para visitar a tia, Ana Lúcia Bonfim, na expectativa de pular nos blocos da cidade. "Estou esperando minha prima para fazer a agenda dos blocos", disse Thiara ao lado da tia, enquanto as duas aguardavam o Cordão do Bola Preta passar.
"É a primeira vez que venho ao Bola Preta", disse Ana Lúcia, que mora no Rio, mas confessou que sempre teve certo receio de ir ao desfile do bloco no sábado de carnaval, embora seja frequentadora dos ensaios.
Também madrugaram os foliões que subiram as ladeiras do bairro histórico de Santa Teresa para pular atrás do Céu na Terra. Formado por músicos, o bloco começou o desfile às 7h30 - o horário é uma estratégia para evitar a aglomeração excessiva de foliões nas estreitas ruas de paralelepípedos.
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