Hoje eles estão em Curitiba. Amanhã, vão para o interior de Goias. Domingo, chegam a São Luis, no Maranhão. Isso sem falar que, na semana passada, foram atração do Ano do Brasil na França, em Paris. É mais ou menos assim a agenda atribulada e concorrida do grupo carioca Cidade Negra, que mostra, logo mais a noite no Jockey Lounge, o repertório de seu mais recente trabalho, o disco Perto de Deus, oitavo registro de sua carreira carreira, lançado ano passado.
Desde o surgimento do grupo na metade dos anos 80, na Baixada Fluminense, Bino Farias (baixo), Da Gama (guitarra), Toni Garrido (voz) substituto de Ras Bernando e Lazão (bateria), têm como inspiração maior o reggae.
Temáticas relacionadas à espiritualidade sempre estiveram em seus discos, mas, neste último CD, essa característica está ainda mais evidente. A criação do trabalho foi diferente. Ao contrário de se trancarem em casa para trabalhar de uma só vez, como aconteceu no álbum anterior, desta feita, cada um dos integrantes chegou com a base de uma música que foi sendo construída com a contribuição de todos. Foi o primeiro álbum de canções inéditas em quase cinco anos. Apenas uma música é regravação, "Selva de Pedra", versão de Lazão e do guitarrista Sergio Yasbek para "Concrete Jungle", do jamaicano Bob Marley. O álbum teve a mixagem assinada por Collin "Bulby" York, na Jamaica foi a primeira vez que o grupo finalizou um disco no exterior.
Perto de Deus também teve o dedo do galês Paul Ralphes, que acompanha o Cidade Negra desde Enquanto o Mundo Gira, de 2000. Desta vez, o disputado Ralphes não ficou só no estúdio sem efeito e assina arranjos, além de ter tocado percussão, teclados e guitarra.
Engrossando as participações estão, ainda, o jamaicano Anthony B, na faixa que dá título ao disco, e o paulista Rappin'Hood, em Homem Que Faz a Guerra, co-escrita por ele, Lazão, Toni, Gama e Bino.
O começo do Cidade Negra, em meados da década de 80, foi com o nome de Lumiar e, além do reggae, a banda tinha o soul como influência forte. O nome como é conhecido hoje em dia veio depois do primeiro show. Naquela época, um documentário sobre a Baixada Fluminense, feito para a rede de tevê inglesa BBC, ajudou o grupo a chamar a atenção da Sony e acabou gerando o primeiro CD, Lute Para Viver, de 1991.
No ano seguinte, o Cidade foi convidado para o festival jamaicano Reggae Sunsplash e lançou um segundo trabalho, antes da saída do vocalista original, Ras Bernardo, dar lugar a Toni Garrido. A partir da entrada de Garrido, começa a escalada pop da banda.
Os ingressos para o show de hoje podem ser comprados antecipadamente nas Livrarias Curitiba a R$ 40 e R$ 20 para estudantes, com carteirinha e comprovante de matrícula. A meia-entrada também vale para quem levar um quilo de alimento não-perecível, mas o privilégio é reservado aos compradores dos primeiros mil ingressos.
Serviço: Cidade Negra. Jockey Lounge Bar (R. Victor Ferreira do Amaral, 2.291). Hoje. R$ 40 e R$ 20. Informações: (41) 3330-5191.
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