Promessa cumprida. Na noite fria da última terça-feira, a melhor expectativa dos milhares de fãs de metal que lotaram o BioParque para ver os gigantes Slayer e Iron Maiden se confirmou depois de mais de cinco horas de porradas sonoras da melhor qualidade.
Ainda à tarde, os suecos mascarados do Ghost mostraram a sua peculiar mistura de sonoridades pop e pesada, com letras recheadas de blasfêmias e profanações.
A coisa recrudesceu quando o Slayer subiu ao palco para uma hora da melhor "música para desajustados" possível. Sem firulas, a banda mostrou parte de seus clássicos da carreira de mais de três décadas, terminando com os furiosos petardos "Raining Blood" e "Angel of Death". O perigoso guitarrista Kerry King estava mais endiabrado do que de costume e o vocalista e baixista Tom Araya reclamou, bem-humorado, em espanhol, do frio polar que só fazia despencar minuto a minuto.
No mundo dos grandes shows de metal, todos sabem que é covardia tocar depois do Slayer, algo que a maioria das bandas procura evitar, pois sobra pouco por fazer.
Para tanto, é preciso que seja um grupo da dimensão do Iron Maiden, com um catálogo inesgotável de hits, músicos carismáticos e excelentes, a legião de fãs mais apaixonada do metal e uma superprodução à prova de falhas. O Iron Maiden consegue dar ao povo o que povo quer.
Bruce Dickinson correu pelo palco, trocou de roupa algumas vezes e levantou a galera com seu bordão de uso local: "Scream for me, Coooriteeeba", familiar a quem já assistiu ao Iron na cidade.
O show, que privilegiou os álbuns clássicos da banda (com destaque para "Phantom of the Opera", do disco de estreia, Iron Maiden), teve tudo o que um fã do grupo espera: da pirotecnia aos solos e riffs inconfundíveis, entre as intervenções de várias encarnações do monstro Eddie. Grande noite de metal.
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