Bilheteria
Segundo previsões da Disney/Pixar, a animação Ratatouille deveria estrear nas bilheterias com uma arrecadação de cerca de US$ 60 milhões, fato que não foi confirmado até o fechamento desta edição.
Porém Ratatouille, apesar de ter sua previsão de estréia próxima às bilheterias arrecadadas nas estréias de Toy Story 2 (1999), Monstros S.A. (2001), Carros (2006), não deve alcançar o mesmo lucro final de nenhum dos três, que ultrapassaram US$ 200 milhões.
Mesmo diante das estréias que irão concorrer diretamente com a animação sobre o ratinho cozinheiro Transformers (4 de julho, nos EUA; 20 de julho no Brasil) e Harry Potter a Ordem da Fênix (estréia mundial dia 13 de julho) Ratatouille deve arrecadar entre US$ 150 e 170 milhões.
Originalmente um prato de influências espanhola e italiana cuja composição é um refogado de berinjelas, pimentões, abobrinhas e tomates devidamente condimentados com alho, cebola e tomilho ratatouille, apesar da pronúncia complicada (abrasileirando, seria algo como "ratatui"), é um nome que a partir da próxima sexta-feira, dia 6 de julho, deve passar a integrar o vocabulário de muitas crianças brasileiras e de adultos admiradores de filmes de animação.
Com a intenção de criar um trocadilho com a palavra rato (ou "rat", em inglês), o vocábulo francês é também o título da primeira produção realizada após a união oficial das empresas Walt Disney Productions e Pixar Animations Studio a segunda foi adquirida pela primeira por ações no valor de US$ 7,4 bilhões em janeiro do ano passado. O desenho traz como protagonista um rato francês chamado Remy, que arrasta sua família pelos esgotos do interior da França às tubulações subterrâneas do coração de Paris, em busca de um sonho um tanto inusitado: tornar-se um chef de cozinha
Com orçamento não-divulgado, Ratatouille, que estreou nos EUA na última sexta-feira, dia 29, conta com direção e roteiro de Brad Bird (Os Incríveis), e entra literalmente como um "rato molhado" no mercado cinematográfico, em uma temporada de filmes que vem sendo considerada a mais concorrida dos últimos tempos basta recapitular o recente calendário de seqüências que vêm invadindo as salas de cinema mundiais: Shrek Terceiro; Piratas do Caribe No Fim do Mundo; 13 Homens e um Novo Segredo, Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado e o vindouro Harry Potter e a Ordem da Fênix, cuja estréia mundial acontece no próximo dia 13 de julho.
Eis que, ironicamente, a Disney, cujo principal ícone é até hoje o camundongo Mickey Mouse, enfrentou dificuldades na elaboração do projeto de divulgação do filme, cuja estrela principal é um parente biologicamente próximo de Mickey. Porém, este herói sai dos imundos esgotos da capital francesa para encontrar a glória como criador de uma sopa elogiada pelos mais exigentes críticos gastronômicos do mundo, na cozinha de um bistrô francês comandado pelo chef Auguste Gusteau.
Passado na França, com título e personagens franceses, a história do simpático ratinho Remy, apesar de ser uma das poucas produções originais (e não-seqüencial) a ser lançada nas férias de verão do hemisfério norte (correspondente às de inverno no Brasil), vem sendo vista como um grande risco a ser corrido pelo novo conglomerado Disney/Pixar.
Considerado um "fracasso de bilheteria" quando comparado aos fenômenos Procurando Nemo (2003) e Os Incríveis (2004), Carros, a última empreitada dos estúdios Walt Disney ao lado da Pixar (na época em que ainda não formavam uma única empresa), apesar de ter sido a animação que mais arrecadou no ano passado (ao todo foram US$ 244 milhões), rendeu muito menos do que o esperado em termos de merchandising produtos que levavam a marca do filme.
Mesmo esparando resultados mais modestos (leia mais no quadro ao lado), Ratatouille periga sofrer do mesmo mal de Carros e a justificativa da crítica especializada é um tanto quanto óbvia: que criança irá preferir comprar um ratinho de pelúcia carregando um pedaço de queijo na cabeça à versatilidade de um transformer (em alusão ao blockbuster Transformers)?
Se no quesito merchandising Ratatouille leva a pior, a estratégia da Disney/Pixar é apostar no padrão de qualidade já estabelecida pelas parcerias anteriores de ambos os grupos, que o diretor Brad Bird fez questão de ressaltar nos créditos do filme: 100% animação genuína e a não-utilização de "nenhum artifício de atuação ou captura de movimentos na produção do filme".
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