Em formato de revista musical, espetáculo carioca faz uma introdução ao universo do samba de carnaval| Foto: Leo Aversa/Divulgação
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Diretora do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, adepta da escola de samba Império Serrano e frequentadora dos bares do bairro carioca Lapa, a pesquisadora Rosa Maria Araújo é uma das principais entusiastas do carnaval no país. Fato comprovado depois do sucesso da peça Sassaricando, no Festival de Curitiba do ano passado. O musical resgatou eternas marchas carnavalescas e seus principais elementos para transformar o teatro em um verdadeiro salão de baile.

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Neste ano, ela retoma a parceria com o jornalista Sérgio Cabral e apresenta o outro lado da história carnavalesca. "As pessoas pediam para lançarmos o ‘Sassaricando 2’. Reclamavam pela falta de várias canções clássicas dos carnavais, mas que não eram marchinhas, eram sambas! Lançamos É com Esse Que Eu Vou para completar a história", explica a pesquisadora em entrevista à Gazeta do Povo.

A montagem é uma introdução ao universo do samba de carnaval, gênero que ficou famoso nos anos 20, até o início da década de 1970. Na época, existia um eficaz sistema de produção e distribuição das obras, que permitia o sucesso nacional dos sambas e marchas. "Eram compostos e gravados em outubro e as famílias já festejavam o natal ouvindo as músicas de carnaval do próximo ano! Em janeiro, saíam as chanchadas com espaço garantido nas rádios de todo o país. As grandes capitais e os bailes de clubes em cidades do interior tocavam os principais sucessos do ano antes mesmo de o carnaval chegar", relembra Araújo. Graças a concursos da prefeitura e apoio popular, eram produzidos mais de mil marchas e sambas por ano. Com o início das escolas de samba, nos anos 70, o espaço para esse tipo de material ficou cada vez mais reduzido.

É com Esse Que Eu Vou encerra sua temporada de apresentações em março. Foram dois anos de pesquisa para mostrar ao público as relações antagônicas nas letras e composições. Segundo a empolgada pesquisadora,"os atos são divididos por temas, como ‘Rico e Pobre’, ‘Orgia e Trabalho’, ‘Cidade e Morro’, ‘Tristeza e Alegria’ e segue assim. São músicas que mostram bem a história e as diferentes mentalidades".

Mas e a relação entre dramaturgia e samba? Rosa Maria explica que nossos sambistas "contavam histórias fáceis de ser encenadas". "Os diretores Cláudio Botelho e Charles Moeller se inspiraram no universo dos cassinos para ilustrar os momentos engraçados e românticos das composições, em um formato de revista musical", revela.

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Serviço:

É com Esse Que Eu Vou. Guairão.

Dias 1º e 2 de abril, às 21 horas.