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Jean Dujardin vive George Valentin, que entra em crise junto com o cinema mudo | Divulgação
Jean Dujardin vive George Valentin, que entra em crise junto com o cinema mudo| Foto: Divulgação

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É difícil explicar o sentimento de nostalgia de algo que você nunca fez ou viu antes. Ainda mais quando tudo à nossa volta hoje é tão tecnológico. Eis que você assiste ao filme mudo e em preto e branco O Artista, que estreia hoje em Curitiba, e ele faz suas percepções mudarem. Até parece que você encontrou aquele brinquedo antigo que acreditava ter perdido.

A experiência de ver a produção francesa, que retrata Holly­­wood na década de 1920, é única. Em 109 minutos, a ausência de falas e cores nem é percebida, ainda mais para olhos e ouvidos acostumados com o "show" nas telas dos filmes norte-americanos. O trunfo se deve ao diretor Michel Hazanavicius, que transmitiu de forma simples e direta o enredo. E, claro, aos atores Jean Dujardin e Bérénice Bejo. A química e carisma da dupla são certeiras.

Dujardin é George Valentin, um dos maiores atores do cinema mudo de Hollywood. Bérénice vive Peppy Miller, uma jovem aspirante a atriz de primeiro escalão no futurístico (e rentável) cinema falado. Uma sensação!

A decadência e sucesso acompanham a história do casal, que na verdade não é um casal. Amigos de cena, e de vários outros encontros e desencontros, Valentin e Peppy têm um amor à moda antiga, com flertes, sorrisos, passos de dança e um certo ar de conquista do início do século passado. O problema: o astro é casado. E só resta à moça seguir em frente, mas sempre sonhando.

Os anos passam, a crise norte-americana chega, as bolsas vão à falência. Enquanto os ingressos para a nova produção muda de Valentin encalham, o sucesso de Peppy desponta. "Ninguém mais quer ver velhos atores sem voz nas telas", diz a personagem de Bérénice. Fadado ao fracasso, já separado, (quase) sozinho e sem dinheiro, o ex-astro hollywoodiano só tem uma coisa do passado a que se agarrar. E é nesta crise que a atuação do cãozinho Uggie, da raça Jack Russell Terrier, é destaque. (Espero que ele apareça no red carpet do Oscar deste ano.)

Outra curiosidade: é ótima a cena em que Valentin ouve o telefone. Como pode existir o barulho de um telefone em um filme mudo?

Não é à toa que O Artista é um dos favoritos ao Oscar 2012. Indicado em dez categorias, entre elas, melhor filme, direção, ator (Jean Dujardin) e atriz coadjuvante (Bérénice Bejo). Críticos apostam que o sucesso da produção deve garantir o prêmio da Academia. Só nos resta aguardar e esperar para ver se a nostalgia faz com que Hollywood mude, ou me­­­lhor, volte a ser como um dia já foi. Será?

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