DVD
Adeus, Meninos
(Au Revoir les Enfants. França, 1987). Direção de Louis Malle. Com Gaspard Manesse, Raphaël Fejtö, Francine Racette e Stanislas Carré de Malberg. Versátil. 105 min. Classificação indicativa: 14 anos. Locação e venda. Preço médio: R$ 46,90. Drama.
Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e indicado aos Oscars de melhor filme estrangeiro e roteiro original, este drama autobiográfico de Louis Malle (de Ascensor para o Cadafalso e Atlantic City) resgata um momento definitivo na infância do cineasta. Durante a Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pelas tropas nazistas, os alunos judeus de uma escola católica têm a identidade mantida sob sigilo, para que não sejam enviados a campos de concentração. O garoto Julien (Gaspard Manesse), alter ego de Malle, vê com desconfiança a chegada do novo colega Jean (Raphael Fejtö), mas se torna seu amigo.
Preste atenção: aos vários extras do DVD, como a entrevista com Pierre Billard, biógrafo de Malle e o depoimento da atriz Candice Bergen, esposa do diretor.
Teatro
Entretantos Contratempos
Cia. dos Palhaços (R. Amintas de Barros, 307), (41) 3077-5009. Texto e direção de Ricardo Behrens. Com Felipe Ternes, Eliezer Vander Brock, Nathalia Luiz. Sexta-feira e sábado, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). Até 16 de março. Classificação indicativa: 12 anos.
É muito bom ver um grupo curitibano investir em seu aprendizado e entregar espetáculos bem acabados ao público. É o caso da Cia. dos Palhaços, que apresenta até 16 de março Entretantos Contratempos. A peça é resultado de uma parceria com o diretor argentino Ricardo Behrens, pela qual os atores Felipe Ternes, Eliezer Vander Brock e Nathalia Luiz aprimoraram sua técnica de comédia usando mímica e outras linguagens.
O texto é inspirado em L´Etourdi ou Les Contretemps, de Molière, e traz agradáveis trapalhadas imaginadas pelo dramaturgo francês. Na trama, uma linda jovem, Célia, escrava na casa do rabugento Trufaldino, tem a mão disputada por vários pretendentes. Entre eles, Lélio, cujo sagaz empregado, Mascarilha, faz de tudo para tentar ajudá-lo no que é atrapalhado pelo próprio mestre.
Por que assistir? Corre-se o risco de cair num discurso panfletário, mas a verdade seja dita: os grupos locais precisam do apoio de sua população. Os Palhaços têm zilhões de fãs e amigos e, raramente, casa vazia. Mas fica a dica se você ainda não os conhece.
CD 1
The Voice Brasil Batalhas
Vários artistas. Universal Music. R$ 18,90. MPB/Pop.
Quem acompanhou a segunda edição do programa The Voice Brasil (Rede Globo) tem dupla satisfação ao ouvir os CDs que registram as performances exibidas na tevê. Isso porque, além de escutar novamente as grandes vozes dos participantes, é possível relembrar as apresentações. Já na primeira faixa, "A Thousand Years", de Christina Perri, ganha a bela versão de Marcela Bueno e Sam Alves, vencedor do programa. Na sequência, Nando Motta e Rafael Furtado cantam Beatles e fazem lembrar de um dos melhores duelos do programa ao som de "Eleanor Rigby".
Para deixar no repeat: Se você tem o hábito de ouvir a mesma música uma centena de vezes quando curte a canção, vá para a faixa 13. A versão quase soul de "Boa Noite" (Djavan) cantada por Samya Nalany e Heverton Castro é apaixonante. Sem contar que dá para lembrar direitinho do show de suingue que os dois deram no palco.
CD 2
Eu e Você (Coletânea)
Sylvia Telles. Universal Music/EMI. R$ 18,90. Bossa nova.
Uma das vozes mais conhecidas da bossa nova, Sylvia Telles (1935-1966) tem 14 de suas gravações reunidas na recém-lançada coletânea Eu e Você.
Em canções como a faixa título, registrada no LP Bossa, Balanço, Balada (1963), a famosa "Dindi", de Amor de Gente Moça (1959), e nos duetos com Lúcio Alves "Este Seu Olhar / Só em Teus Braços" pot-pourri gravado com o conjunto de Roberto Menescal no disco Bossa Session, de 1964 e "Tu e Eu", lançado em 1958, vem à tona a voz doce da cantora carioca, equilibrada entre o canto cool da bossa nova e o estilo mais impostado da época do rádio.
Por que ouvir? A coletânea, recheada de belos registros, é uma amostra interessante para revelar a voz de Sylvia Telles a novos ouvintes. E também para despertar a ansiedade por um relançamento mais amplo e mais caprichado da discografia da cantora, já que Você e Eu, infelizmente, não traz quaisquer informações sobre as gravações reunidas ali, e nem sobre a artista que celebra.
Livro
Amores Difíceis
Italo Calvino. Tradução de Raquel Ramalhete. Companhia das Letras, 240 págs., R$ 25. Contos.
A coletânea de contos escritos na juventude de Italo Calvino é agora relançada em edição de bolso. Os primeiros foram escritos logo após a Segunda Guerra Mundial, quando o autor tinha cerca de 20 anos. Os últimos, no início dos anos 1950, quando o autor já mostrava que seguia a passos largos para ser o grande escritor italiano do século 20.
Cada conto fala do amor e seus desconfortos a partir da perspectiva de uma personagem do picadeiro humano: um soldado tímido que assedia uma viúva, uma banhista que perde a parte de baixo do biquíni, um empregado de escritório, um fotógrafo e outros tipos que também não sabem amar.
Num dos textos, uma esposa descobre o adultério e o mundo no botequim da esquina. Noutro, um bandido e o sargento que o procura resolvem passar a noite na cama da mesma prostituta.
Porque ler? Calvino é um artífice cuidadoso de narrativas. Compõe histórias cheias de graça e detalhes que se fecham quase geometricamente. Em todos os textos lança um olhar voyeurista sobre a natureza prosaica da vida cotidiana e as vicissitudes que invariavelmente sobrevoam o amor para quem se arrisca a vivê-lo de verdade.
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