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DVDTabu(Tabu, Portugal/Brasil/França/Alemanha, 2012). Direção de Miguel Gomes. Com Ana Moreira, Henrique Espírito Santo e Ivo Müller. Espaço Filmes. 118 min. Classificação indicativa: 14 anos. Apenas para locação.

Filmado em Moçambique, este grande filme de Miguel Gomes, expoente do cinema português contemporâneo, reconstitui, de certa maneira, o início do fim do império lusitano no continente africano. Brinca com referências cinematográficas, sobretudo à obra do mestre expressionista alemão Friedrich Wilhelm Murnau (1888-1931), diretor de clássicos como Nosferatu, para contar em duas partes a história de Aurora (citação explícita ao primeiro filme de Murnau em Hollywood), personagem vivida por Ana Moreira, uma jovem de origem portuguesa que herda uma fazenda em Moçambique.

Após um prólogo, narrado pelo próprio diretor, a história tem início em Lisboa, quando Aurora, já uma anciã, à beira da senilidade, resolve ajustar contas com o passado. Prestes a morrer, ela pede a uma empregada, Santa, natural de Cabo Verde, que procure uma pessoa muito importante em sua vida: Gian Luca Ventura (Henrique Espírito Santo), que foi seu amante quando viveu na África e era casada com outro homem, um jovem colonizador vivido pelo brasileiro Ivo Müller. Caberá a ele contar a história desse amor proibido e trágico, que também esconde um crime.

Fique atento: Vencedor do prêmio de melhor filme estrangeiro da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abraccine), o onga-metragem faz uma crítica velada, ainda que contundente, ao colonialismo.

LivroMedo Reverência Terror – Quatro Ensaios de Iconografia Política Carlo Ginzburg. Tradução de Federico Carotti e Joana Angélica d’Avila Melo. Companhia das Letras, 200 págs., R$ 39. Ensaio.

Em quatro ensaios, o historiador italiano-francês Carlo Ginzburg analisa as diversas representações estéticas da política na história da arte. Tendo como base o conceito de sobrevivência de algumas fórmulas de emoções (Pathosformeln) ao longo da história visual dos povos do Ocidente, criado pelo filósofo por Aby Warburg, o livro esboça interpretações sobre a significação de alguma expressões em obras de arte. Por exemplo, as representações de gozo erótico de uma mênade helenística podem reaparecer, com sentido inverso, nos gestos de dor de uma Madalena ao pé da cruz do Quattrocento florentino.

Porque ler – Para Ginzburg, a organização política nasce, principalmente, de um encontro entre medo e paixões.

Dentro deste espectro, ele inclui no repertório de Pathosformeln rastreadas desde o gesto acusador de Lorde Kitchener em cartazes de alistamento militar durante a Primeira Guerra Mundial (mais tarde imortalizado pela figura do Tio Sam) até o vanguardismo estético e ideológico de Guernica, de Picasso, passando por seus antecedentes plásticos e literárias.

CD 1Fire It Up – LiveJoe Cocker. Seven One Music. CD duplo. R$ 39,90. Rock.

Essa dica é para quem gosta de compilações de música boa e antiga. Com a vantagem de sair numa voz reconhecidamente forte – o portentoso timbre de Joe Cocker remete aos tempos de Woodstock e continua intocado.

No CD duplo Fire It Up – Live, ele traz 21 faixas que são hits da música em inglês, muitos deles conhecidos primeiro na sua voz – com exceções como "Come Together" e "With a Little Help From My Friends", dos Beatles.

"Unchain My Heart", "You Are so Beautiful" e "You Can Leave Your Heart On" são exemplos de canções que ficaram marcadas pela sua voz.

Quem é: Esse já é o 23º álbum da carreira do britânico Cocker. A voz marcante lhe garante uma legião de fãs amealhados em décadas de trabalho com a canção.

CD 2ZulumbiZulumbi, com Lúcio Maia (Nação Zumbi), PG (Elo Da Corrente) e Rodrigo Brandão (Gorila Urbano). Radar Records. US$ 9,90 (no iTunes). Hip-hop.

O guitarrista Lúcio Maia, do Nação Zumbi, o DJ PG, do Elo da Corrente, e o rapper Rodrigo Brandão (Gorila Urbano) se uniram no projeto Zulumbi, que acaba de lançar o primeiro álbum, homônimo, no iTunes (o CD físico chega às lojas em março). São dez faixas marcadas por ritmos potentes, ora com contornos afro-brasileiros em faixas como "Zulumbi", ora com groove mais ligado ao hip-hop (como em "Todo Mundo Tem") e à música eletrônica ("Mensagem da Tribo"). A faixa "Babe Vou Bombar", está disponível para download gratuito no iTunes.

O disco, co-produzido por Daniel Bozio, traz participações de Yarah Bravo, Thiago França, Marcelo Cabral, Juçara Marçal, Anelis Assumpção, os jazzistas norte-americanos Rob Mazurek e Jason Adasiewicz, além de outros membros do Nação Zumbi e Elo da Corrente.

Por que ouvir? Com participação de nomes que estão na linha de frente da música brasileira alternativa, o trabalho traz a sonoridade brasileira e cosmopolita que vem marcando os trabalhos de maior destaque no hip-hop recente.

ExposiçãoMeu BemMostra sobre a artista Beatriz Milhazes. Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico), (41) 3350-4400. Visitação de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. R$ 6 e R$ 3. Até 23 de fevereiro.

Entre os recordes em leilões internacionais que a arte brasileira alcança nos últimos anos, muitos deles foram conquistados pela artista plástica carioca Beatriz Milhazes. A tela Meu Limão, por exemplo, foi arrematada em leilões por US$ 2,1 milhões. A arte de Beatriz não alcançou somente reconhecimento financeiro, mas também a apreciação de um público amplo, que se encanta com suas flores ultra coloridas e vivas. Um apanhado amplo sobre sua carreira, que começou na década de 1980, está em cartaz no Museu Oscar Niemeyer até o próximo dia 23. Com curadoria de Frédéric Paul, a exposição Meu Bem engloba desde os primeiros trabalhos da artista, realizados no Parque Lage, no Rio de Janeiro, até produções mais atuais, vindas de coleções particulares e grandes museus – duas obras da mostra são do acervo do Museu Guggenheim, de Nova York.

Preste atenção: Nas referências presentes no trabalho de Beatriz. É possível descobrir elementos da arte decorativa, além de influências do modernismo.

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