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O tempo fez bem ao Sabonetes – ops, à Esperanza. Quando se mudou para São Paulo, onde fez da música profissão, a banda captou um nicho de mercado e destacou-se nele. Com músicos acima da média de um lado e músicas frágeis, descaradamente pop de outro, criava um paradoxo a cada show. Porque o público adolescente abraçou a causa. Mas quem, interessado, via as apresentações do Naked Girls and Aeroplanes, por exemplo (projeto paralelo em que Artur Roman e Wonder Bettin encontram Rodrigo Lemos), pensava "opa."

A nova fase é sensivelmente mais madura. As músicas de Esperanza são extremamente pop em sua gênese (e não há nada de errado nisso se a proposta é essa), mas fogem daquele óbvio que incomoda, situação recorrente no Sabonetes.

Por exemplo, há um peso diferente e uma guitarra viciante em "Por Nosso Bem." "Canção para Esquecer um Novo Amor" é uma balada com açúcar na medida. Várias nuances melódicas, como as que estão em "Sem Porquê", denotam um maior cuidado na hora da produção e da gravação. A interessante "Melancholia" combina o que a Esperanza tem de melhor (a veia pop) com a criatividade instrumental do quarteto – perceba as guitarras anos 90 conversando com as cordas antes de uma melodia crescente estourar. "Vai", com seu coro de estádio, algo oitentista, tem chance de virar hit.

Diversas participações especiais – como a de Pedro Metz, vocalista da banda Pública – dão uma cara mais insinuante às músicas. Apesar do ar juvenil das letras, a Esperanza deixa parte da ingenuidade de lado ao avançar com planejada cautela. GGG

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