O Despertar da Primavera: musical de Moeller e Botelho está confirmado na Mostra Con­tem­porânea| Foto:

Programação

Confira espetáculos confirmados para o 19º Festival de Curitiba, que acontece de 16 a 28 de março de 2010

Fringe

Não Sobre o Amor

Finalmente a peça da Sutil Companhia, dirigida por Felipe Hirsch, poderá ser vista em Curitiba, dois anos após sua estreia. Leonardo Medeiros e Arieta Corrêa interpretam os escritores russos Victor Shklovsky e Elsa Triolet, neste espetáculo baseado na troca de cartas entre eles.

A Noite dos Palhaços Mudos

Adaptação dos quadrinhos de Laerte, dirigida por Alvaro Assad. A peça rendeu o Prêmio Shell de melhor ator à dupla Domingos Montagner e Fernando Sampaio.

O Que Eu Gostaria de Dizer

A Companhia Brasileira de Teatro apresentou a peça (resultante da mostra de processo Deserto) em abril, no Teatro José Maria Santos. Márcio Abreu dirige os atores Luís Melo, Márcio Vito e Bianca Ramoneda.

Mostra Contemporânea

O Despertar da Primavera

Rock musical com música Duncan Sheik e letras de Steven Sater sobre a descoberta da sexualidade e a repressão no fim do século 19, baseado no texto teatral clássico criado pelo alemão Frank Wedekind. Foi montado no Brasil pela dupla Cláudio Botelho e Charles Moeller (Beatles num Céu de Diamantes), merecendo críticas favoráveis da imprensa carioca.

Vida

Estreia da peça dirigida por Márcio Abreu, que a Companhia Brasileira de Teatro prepara com base em escritos de Paulo Leminski.

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Não Sobre o Amor, da Sutil Companhia, será apresentada no Fringe
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A edição 2010 do Festival de Curitiba promete pôr ordem na desordem do Fringe. O número de produções em cartaz continua crescendo (são 463 inscritos, novo recorde), mas a mudança será vista na distribuição dos espetáculos pelos espaços da cidade e pela intervenção de "programadores".

Se os planos do diretor do festival, Lean­­dro Knopfholz, se concretizarem, cada uma das 49 salas de tea­­tro envolvidas na mostra paralela abrigará um gênero: comédias para um lado, dramas para o outro. Para que o arranjo se efetive, o mo­­mento é de conciliar datas e ho­­rários, de modo que as animações com bonecos se concentrem no Teatro Dr. Botica e os espetáculos de dança e experimentais sejam direcionados ao Espaço Cênico (antigo ACT), por exemplo.

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As categorias ainda são genéricas – ambições estéticas muito distintas cabem sob o mesmo rótulo de "comédia dramática" –, no entanto, constituem um primeiro passo para tornar a programação mais identificável pelo público e evitar que algumas montagens, principalmente as de fora, passem despercebidas.

Menos abrangente mas potencialmente mais significativa (se o parâmetro for qualidade) será a presença inédita de "programadores": Beto Andretta, fundador da Pia Fraus (Oceano), e Chico Pelúcio, ator do Grupo Galpão (A Rua da Amargura), são os primeiros confirmados. Cada um ficará responsável por montar a programação de um teatro, convidando as companhias para ocupá-lo. Andreatta já garantiu a vinda da paulista La Mínima com A Noite dos Palhaços Mudos, que deu o Shell aos atores Do­­mingos Mon­­tagner e Fernando Sampaio.

Leandro Knopfholz ainda negocia com outros dois respeitados encenadores residentes no Rio de Janeiro para que assumam a mesma tarefa. "Em médio prazo, queremos que isso ocorra em todas as salas", diz.

Sem cortes

As mudanças no Fringe acontecem quatro anos depois de um manifesto pedindo a reestruturação da mostra paralela ser entregue ao então diretor do festival Victor Aronis. O documento clamava, sobretudo, que a diretoria investisse em qualidade mais do que em quantidade. Nesse quesito, pouco muda. O atual diretor mantém o apelo à diversidade, embora admita ser improvável que exista público suficiente para quatro centenas de espetáculos.

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"Não saberia que corte fazer", diz Knopfholz. Ele argumenta que não pode limar as peças que já participaram de edições anteriores por serem "essas que estão acreditando no festival e criando uma relação conosco". E que março é o "Natal" das produções comerciais.

O desafio de se destacar na multidão continua entregue às companhias, acima de tudo. Ini­­ciativas an­teriores, como a reunião de jovens grupos curitibanos na mostra Novos Re­­per­tórios, tiveram resultados positivos. Em 2010, infelizmente, a Novos Repertórios sai de cena, por decisão dos participantes, mas a Pequenos Conteúdos, ini­­­ciada este ano, será realizada mais uma vez no TUC. Um novo evento entrará na grade da programação: o De Repente, exclusivo para quem faz teatro de improviso.

Finanças

A intenção de coproduzir um espetáculo, manifestada por Leandro Knopfholz na coletiva de encerramento da edição desta ano, foi posta de lado com a justificativa de inviabilidade financeira. Em vez disso, o diretor do festival afirma injetar recursos para garantir que peças estreiem durante o evento. Em 2010, Leandro espera ter entre oito e dez estreias na Mostra Contem­porânea. Vida, o espetáculo que a Cia. Brasileira de Teatro prepara sobre textos de Paulo Leminski, será uma delas.

Depois da perda do patrocício da Petrobras em 2009, o próximo ano deve ser mais tranquilo. A estatal já confirmou a parceria, deixando a direção do festival com tempo hábil para se planejar – o que, espera-se, deve minimizar os problemas de logística vistos em março – e fechar a programação até 15 de dezembro.

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Interatividade:

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