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Richard Gere diz ter sentido na pele o que é ser invisível | Divulgação
Richard Gere diz ter sentido na pele o que é ser invisível| Foto: Divulgação

Após um dia ter interpretado papéis de galã como no hoje clássico Uma Linda Mulher, Richard Gere vive um morador de rua em Time Out of Mind, de Oren Moverman. O filme foi exibido na última quinta-feira, dia 25, nas sessões de imprensa do Festival de Nova York, com a presença do diretor, de Gere e da equipe do filme.

Um irreconhecível Gere é George Hammond, carente de memória e clareza mental, habitante de abrigos, edifícios vagos e ruas sujas, que precisa arrumar comida para comer, cama para dormir e bebida para sustentar seu vício. Ele simplesmente passou para o lado marginal da sociedade depois de uma tragédia familiar.

George está grisalho, envelhecido, se move com insegurança e parece muito improvável que consiga encontrar o equilíbrio novamente. A história segue mostrando o personagem vagando pelas ruas de Manhattan, com aparência desgrenhada, pedindo esmolas em ruas movimentadas e implorando algo com um copo na mão, enquanto luta para juntar algum dinheiro, tentar se reconectar com sua filha (Jena Malone) e colocar sua vida de volta nos eixos.

Moverman e seu diretor de fotografia de longa data Bobby Bukowski filmaram George através de vidros, vitrines, portas de correr, reflexos em um caminhão de sorvete e inúmeras outras superfícies transparentes para aumentar a sensação de desamparo.

O filme é um projeto antigo do ator e produtor Richard Gere para o diretor e roteirista Oren Moverman, considerado um dos escritores mais inovadores do cinema independente (é dele o roteiro de Não Estou Lá) e é também diretor do ótimo drama militar O Mensageiro.

Projeto

Na coletiva após a projeção, da qual participou a Gazeta do Povo, Moverman contou como o projeto aconteceu. "Tudo começou quando Richard [que atuou em Não Estou Lá] me encontrou numa festa e me enviou um roteiro sobre um homem sem teto, escrito por Jeffrey Caine. Motivado pela experiência de ver a indiferença das pessoas para um mendigo doente mental perto do meu apartamento em Manhattan, eu comecei a escrever um rascunho", contou o diretor.

Gere diz ter sentido na pele o que é ser invisível. "No primeiro dia de filmagem, com um copo na mão, eu comecei a me aproximar das pessoas, não para incomodar, mas apenas me aproximando, mas ninguém veio até mim. Mesmo quando alguém me deu um dólar, evitou me olhar. Essa foi a primeira vez que eu realmente vi por dentro o que isso significava", contou. "É uma história profundamente humana que conseguimos transformar em um filme poderoso e que fala com todo o mundo."

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